“O Papel dos Portos de Aveiro e Figueira da Foz no Desenvolvimento Regional e no reforço da competitividade do Centro” foi o tema em discussão no fórum realizado hoje no Museu Marítimo de Ílhavo.
O presidente do Conselho Empresarial do Centro – Câmara de Comércio e Indústria do Centro (CEC-CCIC), José Couto, deu o mote, na sessão de abertura, está contra a centralização da administração dos Portos e criticou ao Governo por não ouvir os parceiros interessados neste processo. Referiu que só com concorrência administrativa e comercial Aveiro e Figueira da Foz se podem desenvolver.
Na mesma linha, Nuno Pires, da Comunidade Portuária de Aveiro, lançou um apelo ao Governo: pede que sejam ouvidas as preocupações das empresas associadas."Lanço então aqui um apelo precisamente ao Governo que conhece a obra que aqui tem sido feita. Conhece muito bem a importância dos Portos na batalha das exportações. Se outros se recusam, incompreensivelmente, a nos ouvir quando apenas queremos contribuir para uma solução possível, pedimos ao governo que nos receba em audiência por forma a lhe podermos, de viva voz, transmitir todas as nossas preocupações e através da sua, indispensável, intervenção contribuir para o sucesso dos nossos Portos, das nossas empresas, do nosso país. Através de um diálogo construtivo evitemos contribuir para a consubstanciação de um erro histórico, que estou certo perdurará de forma irreparável no tempo e de forma transversal na economia. Ainda há tempo mas é definitivamente agora", referiu Nuno Pires que garante que no que toca à gestão regionalizada de infraestruturas e o crescimento das exportações a criação de uma holding de portos públicos é considerada uma ameaça à competitividade das empresas utilizadoras.
O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) vinca posições anteriores, de defesa da autonomia de gestão portuária. Para Ribau Esteves é importante a gestão da proximidade, explica que "cada um de nos que é elemento de gestão do interesse da gestão de diálogo, se além da competência, da racionalidade, da inteligência que o coloca na operação, colocar o coração, o sentimento, os afectos, garantidamente que o fará melhor. Por isso, a relação de proximidade, aquilo que são os países desenvolvidos em que o poder de gestão pública tem níveis de desconcentração e de descentralização muito forte tem a ver com isto, o país somos todos nós. Todos nós não exactamente cada um dos cantos mas cada um dos cidadãos e para o rentabilizarmos para aquilo que é a “causa pública” é preciso que os mobilizemos para ela e para os mobilizarmos para ela a “causa” tem de estar próxima. Por isso, centralizar a decisão de gerir a “coisa pública” é sempre um erro e em lógica daquilo que é a analise histórica: ou é uma opção das ditaduras ou é uma opção dos estados fracos. A ditadura nós já resolvemos o problema mas ainda não resolvemos o problema de termos um estado fraco. É capital para o país, para o seu desenvolvimento, resolvermos esse problema e para resolvermos esse problema é central mobilizarmos todos os portugueses e ainda por cima não somos muitos".
Paulo Portas, Ministro dos Negócios Estrangeiros, apesar de convidado, comunicou a impossibilidade de estar na sessão de abertura dos trabalhos. Também, no encerramento da conferência, já não era esperada a presença do Secretário de Estado das Obras Públicas.
Os trabalhos tiveram lugar esta manhã no Museu Marítimo de Ílhavo. Associações empresariais e autarquias do centro mobilizam-se em defesa da autonomia dos portos de Aveiro e Figueira da Foz, a região “investe” na defesa da autonomia do Porto de Aveiro. |