Sessão da Assembleia Municipal de Aveiro (AMA), realizada na última noite. Os Deputados municipais aprovaram a Taxa Turística, aplicável no Município. A proposta passou com os votos da maioria PSD-CDS, que registou, ainda assim, abstenções de dois vogais sociais democratas (Paulo Anes e Susana Esteves). A oposição esteve contra a proposta.

Durante a consulta pública do regulamento de taxas e outras receitas, a cobrança de um euro por dormida e passeio nos moliceiros, foi contestada por Associações de hotelaria e afins, até com ameaças de recurso judicial, bem como pelos operadores marítimo-turísticos. O Presidente da Câmara acabou por manter a proposta. "Será mais justo que os custos, por exemplo, das eclusas, custos brutais que os aveirenses pagam, devem ser repartidos com aqueles que vem aqui fruir da cidade", disse.

A oposição não aceitou os argumentos. Para Nelson Peralta, do Bloco de Esquerda, a actualização das taxas destina-se a pagar a dívida. "É a antecâmara da austeridade, antes tínhamos a loja dos 300, agora, parece que Élio Maia quer transformar Aveiro na cidade dos 200, um turista quer dormir em Aveiro, paga um euro, quer passear na ria, mais um euro", referiu.

Um dos problemas apontados pelo socialista Marques Pereira é "penalizar quem já é mal servido". "Aquilo que perpassa na população é que os aveirenses pagam muito e não são bem servidos".

António Salavessa, do PCP, esperava abertura da Câmara para o diálogo. "Não tenho memória de tanta carência de diálogo e recusa permanente de qualquer proposta, seja no tempo de Girão Pereira, Celso Santos ou no tempo de Alberto Souto, nunca vi uma atitude assim, de recusa de qualquer proposta ou ideia que seja contrária às da Câmara", acusou. O Deputado comunista ainda propôs que a taxa turística fosse retirada, mas Manuel António Coimbra, do PSD, fechou logo a porta.