O Bloco de Esquerda (BE) promoveu, ontem à noite, um debate público sobre o Parque da Ciencia e Inovação. “Localização Prevista e Impactos Locais", nos Concelhos de Ílhavo e Aveiro, foi o mote para a reunião. A sessão realizou-se no auditório da Biblioteca Municipal de Aveiro e a cadeira reservada para o representante do Parque de Ciência e Inovação (PCI) voltou a ficar vazia. Desta vez, foi do BE que partiu o convite para debater o projeto anunciado para ocupar terrenos agrícolas e de reserva ecológica, na sua grande maioria, na Coutada. A Universidade de Aveiro (UA) é a principal accionista da empresa, com 30 por cento, logo seguida da Comunidade Intermunicipal. Os bloquistas, através do Deputado Pedro Filipe Soares, desdobraram-se ultimanente em perguntas às entidades públicas envolvidas no PCI. A Câmara de Aveiro, que tem uma participação de 5 por cento, remeteu esclarecimentos para outros accionistas. "A resposta da Câmara de Aveiro é espantosa, porque os autarcas foram eleitos e recusam uma resposta sobre o gasto de dinheiros públicos e o impacto do investimento na população local e a resposta é que não tem nada a ver com isso". Nelson Peralta, do Bloco de Esquerda de Aveiro, é muito crítico, também, do silêncio da Universidade. "Demitem-se de qualquer responsabilidade, quando é para aparecerem na fotografia a anunciar cinco mil novos empregos, sendo duvidosa essa promessa, aparecem, quando chega o momento de prestar contas sobre o interesse público, querem estar fora da fotografia", disse. Os residentes e proprietários, na Coutada, negam que a grande maioria já tenham negociado a venda dos terrenos. Para a delegação de Aveiro da Quercus, o Estudo de Impacto Ambiental está ferido de ilegalidade por não ter contemplado uma alternativa. A Câmara de Ílhavo está a colocar em marcha o processo de construção da via de acesso, que assumiu por sua conta. O PCI é um projeto de 35 milhões de euros para ocupar 35 hectares que espera apoio comunitário na ordem dos 80 por cento. O Bloco já alertou as instâncias europeias para a contestação e estará em curso uma investigação. |