A advogada de defesa do homem que, em Novembro passado, assumiu a autoria do assassinato de três mulheres, em Lisboa, para, depois, o desmentir, quer provar que o seu cliente não matou nem essas vítimas nem a jovem prostituta em Cacia, em 2000.
Poliana Ribeiro está convencida de que, apesar de os crimes ocorridos no Sul do país já terem prescrito, estão relacionados com o processo de Aveiro, pelo que, ao conseguir provar que José Guedes não é o “estripador de Lisboa”, também não terá sido ele quem, há 20 anos atrás, asfixiou a jovem Filipa Ferreira.
Assim, a causídica irá requerer uma comparação do ADN e da impressão palmar do suspeito, de 47 anos, com os vestígios que a Polícia Judiciária recolheu aquando das investigações dos crimes de Lisboa, em 1992 e 1993. “Disseram-me que a comparação da impressão palmar apenas servia para excluir um suspeito, mas eu vou insistir para que me digam se está excluído ou não”, disse Poliana Ribeiro.
No Estabelecimento Prisional de Aveiro, onde se encontra detido a aguardar julgamento - que deverá começar em Setembro -, José Guedes já fora abordado no sentido de se submeter à recolha de material biológico, mas recusou o pedido. Tudo se terá tratado de um mal entendido, já que o arguido não saberia que os testes tinham sido solicitados pela própria defesa. Mas, agora, a recolha irá, mesmo, realizar-se.
A defensora relembra, ainda, que, em ambos os casos, a "única prova que existe" é uma conversa com uma jornalista, na qual José Guedes reclama a autoria de três homicídios em Lisboa, que vitimaram três prostitutas.
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