O Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Luís Montenegro, anunciou hoje o estabelecimento de diálogo com o Governo no sentido de sustentar a viabilização da Linha do Vale do Vouga. O Deputado aveirense falava no final de uma reunião com todos os Presidentes de Câmara da Associação de Municípios da Terras de Santa Maria, na qual foi dado a conhecer estudo que reconhece a sustentabilidade da ferrovia. Todos os Deputados Social Democratas eleitos pelo círculo de Aveiro marcaram presença na reunião, que juntou os autarcas do Entre Douro e Vouga, Vale de Cambra, Arouca, S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira e o de Espinho, que, não pertencendo ao agrupamento, lidera uma município atravessado pela Linha do Vouga. Na ocasião, Luís Montenegro lembrou que o PSD sempre pugnara por uma “avaliação criteriosa da sustentabilidade” da ferrovia. “Estamos, agora, perante um estudo elaborado por gente qualificada, que aponta para a sustentabilidade, num quadro de disciplina e rigor financeiro”, revelou o líder do Grupo Parlamentar do PSD, lembrando que a viabilização “não tem custos para o erário público”, pois junta fundos comunitários a capital privado. “O risco da exploração ficará no sector privado”, sublinhou. O Deputado aveirense assegurou um “diálogo com o Governo com vista a sustentar a viabilização da linha com base no estudo agora conhecido e à integração da ferrovia na concessão que está a ser preparada”, integrando-a no sistema de transportes da Área Metropolitana do Porto (AMP). No mesmo sentido, Castro de Almeida, Presidente da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, defendeu que a Linha do Vale do Vouga deve constituir-se como “um instrumento de coesão” da AMP. O sistema intermodal "Andante", já criado, deve, na opinião do autarca sanjoanense “vir a ser o cartão de identidade metropolitana”. Castro de Almeida foi mais longe ao sublinhar que a integração do “Vouguinha” no sistema de transportes da AMP “é uma mais-valia para este, e não um ónus”. O estudo que os Deputados Social Democratas aveirenses ficaram hoje a conhecer foi encomendado pela Junta Metropolitana do Porto à Trenmo - Transportes, Engenharia e Modelação, a operar na área da consultoria de transportes e território. No essencial, o trabalho concluiu pela viabilidade da Linha do Vale do Vouga, com pressupostos como a electrificação da ferrovia, a alteração da bitola de acordo com a da Linha do Norte, o aumento da velocidade média de circulação, que implica a correcção de algumas curvaturas e a criação de parques de estacionamento preferencialmente gratuitos junto às estações. Calcula-se que esteja em causa um investimento de 68 milhões de euros, dos quais 85 por cento seriam suportados por fundos comunitários e os restantes no âmbito de uma concessão. O estudo revela que uma viagem de Oliveira de Azeméis ao Porto levaria uma hora, contra os actuais 70 minutos de autocarro, sem necessidade de mudar de comboio em Espinho, já que a Linha do Vouga entroncaria na Linha do Norte na zona de Silvalde, daquele Concelho. |