Adriano Moreira diz que a situação portuguesa é séria mas não é nova. Evoca outros momentos na história do país para dizer que, por norma, Portugal precisa de viver com ajuda externa. O professor, especialista em questões europeias e política internacional, foi homenageado pelo Centro de Informação Europe Direct e pela Escola Profissional de Aveiro. Para Adriano Moreira crise e austeridade fazem parte de uma receita antiga.
"Portugal tem uma situação muito bem caracterizada em relação à situação internacional. Portugal precisou sempre de apoio externo. Não há nenhum período da História de Portugal em que não haja apoio externo, portanto, nós não apenas temos que pertencer à Europa como temos também que ter o apoio da dela. É preciso conciliar a necessidade de ultrapassar esta situação, cumprindo as obrigações assumidas, o que é indispensável e que requer um grande esforço. As gerações anteriores foram capazes de o fazer quando também estiveram numa situação de dependência que excede o aceitável".
Adriano Moreira perante uma plateia repleta de jovens e professores na Escola Profissional de Aveiro falou dos riscos da emigração numa critica expressa ao Primeiro-Ministro.
"Eu não gostei de ouvir um governante português, talvez estivesse distraído, a dizer há algum tempo que aconselhava os jovens a emigrar. Eu acho que ele não estava informado que há uma Lei da Sociologia, segundo a qual “os ricos exportam capitais e os pobres exportam gente”, não é preciso incitá-los, eles lá vão à vida sem precisar de incitações. Precisam de incitações é para ficar. Acentuo mais uma vez que o legado que a minha geração lhes vai deixar é pesado. Queria dizer-lhes que meditassem sobre o seguinte: ninguém escolhe o país onde nasce e ninguém pode negar a herança do país onde nasce”. |