Manuel Soares (na foto), Presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, contesta a decisão governamental de encerramento de Tribunais. O Tribunal de Sever do Vouga é um dos 54 Tribunais que vai "fechar portas", de acordo com a nova proposta de reorganização do mapa judiciário. A sede do Concelho severense deverá ficar com uma extensão com acesso a serviços judicais de proximidade. A proposta do Ministério da Justiça motiva críticas da Câmara de Sever, Manuel Soares diz que não compreende a decisão e questiona a “poupança”, "na casa dos 800 mil euros, o equivalente a um vencimento ou prémio de um qualquer gestor de topo em Portugal". "Este Tribunal é um equipamento de absoluta necessidade para Sever, não faz sentido que os nossos cidadãos, para tratar dos seus assuntos, tenham de se deslocar a Aveiro, Estarreja, Albergaria ou Águeda, até porque não existe nenhuma rede de transportes públicos, para minorar as despesas", adiantando que "as camadas populacionais com menos recursos financeiros vão deixar de ter acesso à justiça, vivemos momentos de muitas dificuldades e esta decisão é uma forte machadada na economia local, isto é muito triste". Manuel Soares teme a desertificação de Concelhos do interior, com estas deliberações de encerramento de serviços, em Concelhos com as características de Sever do Vouga. "Vamos fazer manifestações públicas de protesto, não sei se valerá a pena". "Os estudos da Associação Nacional de Municípios revelam uma poupança de 800 mil euros para o Estado, com o encerramento dos 54 Tribunais, isso corresponde ao que um gestor de topo ganha em ordenado ou prémios de gestão, isso é escandaloso, pagam ordenados destes a gestores e em contrapartida tomam estas decisões lesivas dos interesses das populações locais, não entendo esta decisão", acrescentou. "Encerram serviços nas áreas da saúde, escolas, tesourarias de finanças, segurança social, as pessoas perguntam o que estão a fazer em Sever do Vouga, a poupança que se tira daqui é praticamente nula, mais valia que os magistrados viessem cá do que obrigar as pessoas a deslocarem-se para tão longe para resolverem os seus problemas, é uma situação aberrante", referiu na Terra Nova. |