Amarrada a compromissos que foram ponto de honra nas duas vitórias eleitorais, nomeadamente não cobrar impostos locais nas taxas máximas, a maioria PSD-CDS à frente da Câmara de Aveiro mostra-se muito reservada em abordar, publicamente, o reverso da medalha do chamado programa de apoio à economia local. O memorando do acordo entre a ANMP e o Governo torna inevitável uma correção em alta, desde já, do IMI para 0,5%.
O presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia, abordado várias vezes nos últimos dias, recusou sempre comentar, e muito menos desvendar, a posição a assumir - o que poderá acontecer na reunião de executivo da próxima quinta-feira.
As autarquias comprometeram-se a retirar as ações contra o Estado nos tribunais administrativos por retenção indevida do IMI. O que o edil aveirense irá fazer contra a sua vontade a avaliar pela declaração no dia da Gala que assinalou o feriado municipal.
“Não se percebem decisões tomadas com efeitos retroativos. Em 2012 pagámos o IMI de 2011 e sai uma portaria a dizer que 5% desse valor fica no Estado”.
Em 2008, foi colocado em marcha no município aveirense um Plano de Saneamento Financeiro (PSF) de 58 milhões de euros que serviria para pagar quase todas dívidas a fornecedores. Mas quatro anos depois, as contas evidenciam outro tanto por saldar, com prazo médio de pagamento de 338 dias. |