Num ambiente de clara tensão, devido à presença considerável da população, preocupada com aquilo que será o futuro do hospital, e temendo o seu esvaziamento, a assembleia municipal de Águeda reuniu, extraordinariamente, ao fim da tarde de anteontem, para analisar e deliberar sobre os últimos episódios que podem determinar o futuro do Hospital local.
Entre ânimos mais ou menos exaltados, Gil Nadais, presidente da autarquia, e autor da solicitação da assembleia extraordinária, abriu os trabalhos, fazendo uma resenha dos considerando globalmente que “existe uma agenda secreta” por parte do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) e do seu director clínico, relativamente às intenções sobre o futuro do Hospital de Águeda.
Gil Nadais entende mesmo que se Águeda não tomar medidas de força, “vamos perder o hospital”, dizendo não entender que os dirigentes do CHBV comuniquem a intenção de encerrar o laboratório de análises clínicas, “quando ao mesmo tempo o ministro da Saúde nos diz que desconhece essa intenção”.
Entendo que tem existido, neste processo, “uma enorme falta de respeito pela figura do presidente da câmara municipal”, Gil Nadais apresentou, para consideração de todas as bancadas, uma proposta que acabou por ser transformada em moção e subscrita e aprovada por unanimidade, depois de alguns ajustamentos.
Todas as bancadas políticas acabariam por opinar e, com mais ou menos “desvios” quanto à proposta inicial apresentada pelo presidente da autarquia, acabariam, no final de uma maratona de quase quatro horas de discussão, em torno do tema, aprovar a redacção de um texto (transformado em moção) consensual, deixando claro que todos estão contra a possibilidade de encerramento do laboratório de análises clínicas. E isto porque entendem que tal decisão, pode provocar um claro esvaziamento de valências no Hospital de Águeda, matéria em que todos os partidos concordam ser necessário evitar a todo o custo.