Foi "quente" a discussão, na Assembleia Municipal, sobre a proposta de concessão do estacionamento pago em Aveiro, por um período de 60 anos.
Carlos Santos, vice-presidente da autarquia, explica que não está para falar da concessão de 60 anos, garante que "ainda ninguém falou disso! Vi hoje uma notícia nos jornais, e podem continuar a
falar no caricato da situação, mas quando conhecerem o objetivo e
quando conhecerem o que é que se vai passar, talvez depois fale com
mais prioridade sobre esse assunto”.
Do lado do PS, Marques Pereira, diz que a proposta é tonta e acha um
exagero o tempo estipulado da concessão. O deputado socialista garante que “daqui por 60 anos, os meus filhos já terão netos! São três gerações! É uma absoluta “tontaria”, é irrazoável, não faz sentido!", vai mais longe e diz que se "está a hipotecar e a comprometer por 60 anos uma receita que pode ser generosa e interessante, por um limite de tempo totalmente irrazoável e inadequado, e que, para poder ser contrariado no futuro, seguramente trará custos à edilidade. Eu recordo, inclusivamente, que uma das críticas que Vossas Excelências faziam à gestão passada do PS, era o comprometimentos das gerações futuras com os investimentos que foram feitos. Os senhoras agora estão a fazer pior! Estão a concessionar por 60 anos! E não é só estacionamentos de superfície: é parques de estacionamentos subterrâneos e a sua construção, etc. Portanto, todos os vossos argumentos caem por terra. E é totalmente irrazoável e inadequado o que os senhores estão a fazer. Depois, a vossa estratégia de mobilidade para a MoveAveiro é uma inexistência e a MoveAveiro está ao “abandono” e totalmente sem rumo, por todos os argumentos que são verdadeiros porque se repetem”.
João Dias revelou a posição do Bloco de Esquerda: “MoveParque está completamente isolada, pode ser concessionada como um serviço independente no âmbito desta empresa e o grave desta concessão é. Não só, o prazo da mesma mas também aquilo que ela faz (a empresa
MoveAveiro). O Vereador, Carlos Santos, previa em novembro do ano
passado, a duplicação das receitas da MoveParque, e apontava para 1,2
milhões de euros. Mais uma vez está-se a prever, de uma forma injusta,
mais receitas para aquela empresa. Vamos parar por aqui e vamos
concessionar este negócio rentável durante 60 anos”.
O PCP não deixa margens para duvidas, os comunistas estão contra.
António Salavessa diz que “a avançar este tipo de proposta, ela terá oposição absoluta do PCP, porque entendemos que ela será gravemente lesiva para os interesses municipais e dos aveirenses, semelhante à alienação da água para a ADRA – Águas da Região de Aveiro –, semelhante à venda de áreas que podem gerar receitas para o município e ajudar a equilibrar o município”.
O assunto vai ser debatido, hoje, na reunião extraordinária. |