As “objecções” levantadas pela Quercus na fase de discussão pública do projecto de construção do Parque de Ciência e Inovação, nos concelhos de Ílhavo e Aveiro, ficaram sem resposta por parte das autoridades que emitiram a Declaração de Impacto Ambiental, adverte a associação.
A instituição ambientalista assinala efeitos ambientais negativos, o derrube de casas e a destruição de explorações agrícolas e de produção animal para contestar a localização escolhida para o futuro complexo científico.
A Quercus diz-se “preocupada com estas questões ligadas a um desenvolvimento sustentável” e lembra “os novos dados sobre a relevância imprimida pela Comissão Europeia à não ocupação de solos agrícolas, a que não serão alheios o valor da soberania alimentar e o papel da agricultura no abastecimento local, assuntos determinantes nesta situação de crise que atravessamos”.
No sentido de “procurar respostas e caminhos que maximizem a defesa dos vários interesses em jogo”, o núcleo local da associação ecologista organiza um debate que terá lugar no próximo dia 10 na Junta de Freguesia da Glória, em Aveiro, pelas 21 horas.
A moderação do debate estará a cargo de um membro da Associação Portuguesa de Planeadores do Território, completando a mesa representantes da Quercus e da sociedade responsável pelo Parque de Ciência e Inovação.
A localização do novo empreendimento tem sido questionada pela Quercus e por moradores da zona da Coutada, em Ílhavo. Alguns proprietários de terrenos mostraram-se revoltados com a iminência de verem as suas casas demolidas. A Quercus, por sua vez, sustenta que deveriam ter sido equacionadas outras possibilidades.
Ribau Esteves, presidente da Câmara de Ílhavo, uma das accionistas da sociedade gestora do complexo, assegura que o projecto vai “valorizar os aspectos ambientais”, lembrando que serão aplicadas medidas de minimização dos efeitos.
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