O homem que, no Verão passado, tentou matar o pai à machadada, em Albergaria-a-Velha, afirmou ontem em tribunal que o fez “por ter ouvido vozes na cabeça”.
“As vozes que eu ouvia pediam-me para matar o meu pai. Hoje sei que era tudo filmes da minha cabeça, tudo irreal. Tenho muita pena de ter feito o que fiz”, disse Ricardo Coutinho, acusado dos crimes de homicídio qualificado na forma tentada e posse de arma proibida.
O operário fabril, de 31 anos, actualmente internado no hospital psiquiátrico Sobral Cid, por ser portador de psicose esquizofrénica, deslocou-se, ao final da tarde do dia 12 de Julho, à residência dos seuS pais, situada em Nobrijo, Branca, com o intuito de ceifar a vida ao progenitor. “Eu estava nervoso, agitado e peguei num machado. Lembro-me de a minha mãe ter aberto a porta de casa deles e eu ter ido direito ao meu pai”, recordou.
João Coutinho, de 58 anos, que estava debaixo do chuveiro quando o filho o abordou, visivelmente transtornado, foi violentamente atingido com golpes de um machado - no peito, cabeça e membros -, que por pouco não o mataram. A esvair-se em sangue, o motorista de pesados foi socorrido pelos bombeiros locais e INEM. Nos Hospitais da Universidade de Coimbra esteve entre a vida e a morte, embora, depois de submetido a intervenção cirúrgica, tenha recuperado.
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