Segundo o Relatório de Contas de 2011, a “culpa” foi da assinatura do memorando de entendimento com a “troika”, que afectou, de forma particular, a gestão dos municípios portugueses. No caso de Vagos, para além dos sucessivos cortes nas transferências correntes, que caíram 500 mil euros, e da diminuição da actividade imobiliária, de que resultou uma queda dos impostos directos, menos 400 mil, taxas e licenças, a autarquia ressentiu-se, ainda, com o polémico aumento do IVA, de 6 para 23 por cento, na facturação da EDP.
Obrigado a trilhar “caminhos de contenção e diminuição de despesa”, com cortes significativos nos fornecimentos, serviços externos e transferências, o município de Vagos acabaria, ainda, por reduzir as despesas com pessoal. Um corte efectivo de cinco por cento (200 mil euros), apesar da Câmara ter assumiu o pagamento dos cerca de 40 professores que trabalharam nas AEC’s.
No tocante às horas extraordinárias, a redução rondou os 50%, passando de 71 mil euros em 2010 para 33 mil no ano passado. Tal facto leva o Relatório a agradecer “a colaboração prestada pelos funcionários municipais, fundamentais para que apesar desta restrição os serviços prestados não sofressem qualquer transtorno”.
No decorrer da apresentação de contas, aprovadas apenas com os votos do PSD, o vereador responsável pelo pelouro, Silvério Regalado, admitiu que “se não fosse a compensação da subida de transferências de capital, o ano de 2011 teria sido um ano complicadíssimo”.
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