A Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB) apresentou queixa contra o Continente e Pingo Doce, apelando à actuação "imediata" da autoridade de fiscalização. Para a Associação, "estas actuações estão a conduzir à destruição total da indústria portuguesa de transformação do bacalhau", pois "jamais é possível a qualquer industrial, sequer aproximar os seus preços daqueles que vêm sendo praticados por tais grandes superfícies". Num documento dirigido ao inspector-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a que a Lusa teve acesso, a AIB manifesta "preocupação com o futuro do sector" face "a comportamentos de mercado e métodos de actuação" que parecem estar fora da legalidade, como os preços praticados na venda do bacalhau naqueles hipermercados. “No caso do Pingo Doce, a campanha em curso estipula, expressamente, preços que, em nosso entendimento, são impraticáveis em qualquer circunstância. Do mesmo modo, no Continente, os preços são, eventualmente, até inferiores, embora de forma relativamente dissimulada, nomeadamente por meio de campanhas com outros produtos, com cartões ou outros métodos", descreve a Associação. A AIB pede "uma actuação imediata" por parte da ASAE, "uma vez que se trata de campanhas muito curtas, algumas delas de semanas" e acrescenta que vai remeter a queixa também à Autoridade da Concorrência. Esta é a segunda vez no ano que o Pingo Doce e o Continente são alvo de queixas relacionadas com preços, depois da indústria de lacticínios ter acusado os hipermercados, em Janeiro, de venderem leite abaixo do preço de custo. |