Dois meses depois da greve que paralisou o porto de Aveiro, os 80 estivadores que ali prestam serviço continuam com futuro incerto. A primeira Assembleia de Credores da Empresa de Trabalho Portuário está convocada para esta terça-feira, no juízo de comércio do Baixo Vouga. O relatório do administrador da insolvente, José Gonçalves, aponta, para um plano de recuperação a apresentar em 60 dias. Caberá às empresas da associação credoras, as mesmas que pediram a insolvência, no final, a última palavra.
A liquidação da empresa deixa uma incógnita: quem continuará a fazer o trabalho de estiva e em que condições laborais. Por acordo com o gestor da insolvente, os trabalhadores portuários estão a ser remunerados apenas pela faturação, o que não dá para os salários por inteiro.
Para os representantes sindicais, o possível fim da Empresa na forma como atualmente está a funcionar antecipa já a liberalização do trabalho portuário que deve figurar na reforma do setor que o Governo está a preparar para apresentar nos próximos meses.
A ETP tem um passivo de meio milhão de euros e a direção alega que não possui receitas para continuar sem cortar na mão de obra.
Uma proposta de reduzir em 20 efetivos, com pagamento faseado das indemnizações, não foi aceite pelos representantes dos trabalhadores. |