O PS, por iniciativa dos eleitos na Câmara, formaliza, até sexta-feira, pedido de classificação de imóvel arquitectónico de interesse nacional do canal central. O vereador João Sousa reconheceu que o requerimento junto da delegação Centro do IGESPAR, "não tem efeitos suspensivos" da construção da controversa ponte pedonal naquela zona, considerando a iniciativa "mais um complemento do descontentamento dos aveirenses" pelo "atentado" paisagistico. O processo de classificação, do qual será dado conhecimento à Administração da Região Hidrográfica do Centro (ARHC), implicou a recolha de informação bibliográfica que permitem atribuir ao antigo cais da Ribeira, no inicio do século XIX, "o local do porto de Aveiro" à época, que dinamizava a economia local. "Deveria haver a sensibilidade e bom senso de respeitar a história da cidade", disse João Sousa ao dar conta da proposta de classificação que a maioria camarária rejeitou na última reunião privada. Já o presidente da concelhia do PS, Eduardo Feio, criticou a presidência por só há poucos dias ter informado a oposição de passos determinantes na construção da ponte pedonal, nomeadamente a consignação da obra a 19 de Outubro e posterior suspensão dos trabalhos que foram reiniciados a 13 de Janeiro com, para já, a instalação de estaleiro e sondagens nos terrenos. Isto com a consulta pública do pedido de utilização do domínio público hídrico da ARHC ainda a correr mas que a Câmara desvaloriza com um suposto esclarecimento do Instituto Nacional da Água (INAG). Os socialistas fazem notar a duplicidade de pareceres também da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) quanto à localização da ponte, mantendo que desrespeita o Plano de Urbanização da Polis. "Pode tipificar uma violação", referiu Eduardo Feio. O PS estranha igualmente que só nos últimos dias tenha sido facultado o projeto da ponte, que prevê uma área de 1800 metros quadrados de intervenção com as suas duas rampas de 60 metros, estreitando o canal de 32 para 18 metros. A altura do atravessamento impedirá o acesso das lanchas de transporte de passageiros do município. Entretanto, o município, na sua página oficial no Facebook, começou a "carregar" imagens antes e depois da ponte, de várias perspetivas, (na foto). |