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31-01-2012

Alberto Souto lança apelo a Élio Maia pare evitar “uma casmurrice no Canal Central”.


Alberto Souto escreve uma Carta Aberta a Élio Maia sobre a ponte no canal central que diz ser “uma casmurrice no Canal Central”. ...

Alberto Souto escreve uma Carta Aberta a Élio Maia sobre a ponte no canal central que diz ser “uma casmurrice no Canal Central”. Para o ex-presidente da Câmara trata-se de “um finca-pé absurdo”, um “ato de vandalismo oficial”, um “ato de arrogância institucional”, “decisão clamorosamente danosa”, capaz até de provocar uma coligação de diversos setores contra a ponte.

O ex-presidente escreve um texto em que fala de uma obra “no local errado”, um projeto agressivo, “funcionalmente desnecessária”, e que considera “politicamente um disparate”.

Lembra que nos seus mandatos o programa Pólis “aprovou uma ponte de ligação entre o Rossio e a outra margem, no canal das Pirâmides, mas não no Canal Central” em zona “muito menos invasiva e perturbadora”.

“A escassos metros do local previsto estão lá as velhas Pontes. A nova ponte , para “ganhar” a poupança de um passeio de poucas dezenas de metros, vai provocar um aleijão urbanístico gravíssimo. Se funcionalmente serve para tão pouco, e se serve para tanto estragar, na balança das vantagens e inconvenientes, a decisão só pode ser a de não fazer”.

Lembra que “com tantas e prementes necessidades para resolver” a autarquia opta por desbaratar os fundos a que tem acesso e os poucos recursos próprios “para realizar fantasias sem sentido e feias”. Além da inutilidade funcional diz que a ponte “destrói valor patrimonial, não é bonita, não é original” e “destrói o valor maior da nossa identidade”.

Alberto Souto lança o apelo ao autarca em funções para que recue e não assuma este projeto como “triste epitáfio do seu desempenho”. Admitindo que no actual contexto económico e de ataque ao poder autárquico é muito ingrato e penoso gerir uma autarquia diz que não faz sentido “acrescentar dificuldades próprias”.

Elogia o recuo no Alboi e diz que Élio Maia “deve recuar agora”, “para tornar a fazer bem”. Diz que o autarca “propalado ouvidor” não pode ficar agora “surdo e mouco”.

“Mudo e ausente já nos habituou, mas surdo aos seus, mouco à razão , surdo ao estado de necessidade, mouco às evidências, surdo à humildade, mouco ao povo, surdo às opiniões qualificadas ? Mas surdo porquê ? Ninguém entende. Um poder que não consegue ouvir e,sobretudo, que não consegue dar ouvidos ao essencial é um poder débil”.

“O Presidente Élio Maia tem de ter a coragem da humildade. Só um Presidente forte e bem consigo mesmo é que tem a grandeza cívica de reconhecer a razão dos outros. Um Presidente fraco e arrogante tem medo de lhes dar razão e refugia-se na casmurrice formal. Uma coisa é sermos firmes, outra é sermos casmurros. A escolha é sua . Ainda está a tempo de fazer a boa escolha. Espero Senhor Presidente, esperamos todos, que tome a decisão assisada. Trave a famigerada ponte. A bem de Aveiro. A subscrição para o dinamite já começou”.


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