O debate em torno da reforma administrativa já vai no adro, mas Élio Maia entendeu esperar pela tradicional homenagem aos autarcas de freguesia do concelho, esta quinta-feira à noite, para abordar o controverso tema político.
E para dizer que tem “muitas dúvidas e as maiores reservas pessoais” nas virtudes de mexer num “modelo coeso, com provas dadas”, questionando os benefícios económicos de uma medida que foi imposta pela troika ao anterior Governo porque "não contribui para o endividamento ou despesa".
O antigo autarca de S. Bernardo, mostra-se ainda mais surpreendido por o “livro verde” apontar como primeiro objetivo dar maior proximidade entre decisores e eleitos.
Institucionalmente, Élio Maia fica à espera que as freguesias de Aveiro digam de sua justiça, através das respetivas assembleias. "O princípio, temos de ver em função do que nos chegar, é respeitar essas decisões. Depois, veremos caso a caso e no conjunto o que dá e em função tomar a decisão mais conveniente, respeitando a decisão dos eleitos", disse.
O presidente da Câmara não incentiva nenhum cenário e até deixa, a título pessoal, críticas à proposta em cima da mesa. "É uma injustiça que será a Nariz, uma freguesia rural, onde as pessoas tem serviços a 100 metros, para obrigá-las a fazer oito quilómetros. Defenderei, pessoalmente, até ao limite a continuação da freguesia de Nariz e Nossa Senhora de Fátima", declarou.
O Governo propõe em Aveiro a agregação de nove freguesias: Aradas, Eirol, Esgueira, Glória, Nariz, Oliveirinha, São Jacinto, Vera Cruz e Nossa Senhora de Fátima. |