Filipe Neto Brandão afirma-se preocupado com asfixia financeira das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários. O deputado do PS, eleito pelo círculo eleitoral de Aveiro, formulou um pedido de esclarecimento no período reservado às Declarações Políticas, na sequência da intervenção do deputado António Filipe, do PCP, que alertara para cortes nas receitas das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários, atualmente da ordem dos setenta por cento.

Para o deputado socialista, as dificuldades vividas atualmente pelas AHBV espelham bem as diferenças entre o anterior governo e o atual. “Não é a mesma coisa cumprir o que estava estipulado no memorando assinado com a troika a 17 de Maio, que previa a necessidade de reduzir em um terço a despesa com transporte de doentes, e aquilo que este Governo está agora a promover e que se traduz em cortes superiores a sessenta por cento. Ou seja, mais do dobro do que era o nosso compromisso”, disse Filipe Neto Brandão.

O deputado do PS chamou ainda a atenção do Parlamento para o facto de “Além dos cortes de receitas muito significativos ao nível do transporte de doentes, os corpos de Federação Distrital de Aveiro, os bombeiros estão também a sofrer uma diminuição sensível de financiamento, nomeadamente aquele que era prestado através dos governos civis que financiavam, entre outros, os equipamentos de proteção individual, os quais passaram a ser custeados pelas Associações Humanitárias, uma vez que não houve qualquer reforço das verbas da Associação Nacional de Protecção Civil nessa matéria".

O deputado questionou, ainda, os cortes de benefícios ao nível das isenções das taxas moderadoras aos bombeiros voluntários. Diz que este é um setor onde cortar mais do que manda a troika não é boa política.