O gestor judicial da Empresa de Trabalhadores Portuários de Aveiro não conseguiu demover os estivadores da greve que dura há dois dias e está marcada até ao final da semana. Os representantes sindicais, depois de ouvirem os trabalhadores, remeteram-se ao silêncio. Mas não terão gostado de saber que os acionistas ainda não deram garantias de viabilizar a empresa.
“A minha preocupação está em obter dos associados condições para a sua manutenção, ou seja, para a sua não liquidação. Isso exige condições. Ainda não tenho as respostas que quero. A dimensão da empresa e a responsabilidade social exige respostas imediatas”.
José Gonçalves, administrador judicial nomeado pelo tribunal de Comércio de Aveiro, tem como prioridade imediata retomar o funcionamento o mais normal possível. “Sendo uma empresa de trabalho portuário é importante a garantida de que os clientes vão continuar a utilizar a empresa e que há trabalho para pagar os encargos”.
José Gonçalves confessou que ainda é cedo para tirar conclusões sobre a viabilidade da empresa e o número de trabalhadores que seria possível manter. “A apresentação de um plano de viabilização exige a vontade das empresas associadas de que isso aconteça. Ainda não há data para resposta. Vou formalizar um conjunto de questões e o tempo dirá”.
A administração da Empresa de Trabalho Portuário (ETP) de Aveiro voltou a justificar as dificuldades que levaram à insolvência com custos insuportáveis da massa salarial dos 60 efetivos.
Em comunicado, informa que um estivador do tipo A ganha 3.000 por mês e registou no ano passado uma taxa de ocupação de 42%, o que dá cerca de 94 dias úteis de trabalho efetivo.
Acusa ainda os sindicatos de bloquearem um plano de reestruturação, desmente o despedimento coletivo e considera que a greve tornou tudo mais difícil. |