As várias "facetas" do município de Estarreja vão passar pela renovada Casa da Cultura. Este foi um dos desafios lançado durante a sessão de reabertura, presidida por José Eduardo de Matos, Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, e inserida no 7.º Aniversário da Elevação de Estarreja a Cidade. Após o descerramento da placa identificativa pelas mãos de José Eduardo de Matos e do vereador da Cultura, João Alegria, abriram-se os portões para o logradouro do edifício do séc. XVIII, onde se podem admirar duas pedras de armas em calcário que representam o brasão de armas atribuído em 1784 ao Bispo de Cochim, restaurado pela autarquia em 2009, e o brasão de armas assumido na primeira metade do século XIX pelo Dr. Pedro Barbosa do Couto Cunha e Melo, Fidalgo da Casa Real e Desembargador da Relação de Braga, adquirida em 1965 pela Câmara. A esta dimensão histórica da Casa dos Morgados de Santo António da Praça, que albergou uma das mais ilustres e nobres famílias do concelho de Estarreja e da região de Aveiro, vão ser associadas novas facetas. Com as obras de beneficiação, a galeria de exposições ganhou uma maior amplitude, e foram criadas novas salas adjacentes. “Aprofundando o segmento expositivo, trazermos aqui outras formas do município se fazer representar e fazer conhecer”, é um dos objetivos do presidente da autarquia, abrindo-se o espaço agora mais amplo, “a artistas, criadores e novos valores”. Este investimento de 270 mil euros aposta em “novas dinâmicas e mais profundas”, pretendendo-se que o “município fique mais representado e de forma abrangente”, trazendo a este espaço cultural mostras sobre a riqueza patrimonial, edificada ou natural, de Estarreja. O BioRia ou a Casa Museu Egas Moniz são temáticas já em perspetiva para encherem as novas salas expositivas. E de uma forma permanente, o visitante pode encontrar “um conjunto de produtos e utensílios e, sobretudo, obras literárias que o município tem vindo a publicar”. Ingredientes para que a Casa da Cultura “venha a ter o retorno da visita das pessoas, da participação dos artistas e das associações”, convida o Presidente do Município. O munícipe António Quadros, de Canelas, deparou-se com uma “agradável surpresa, em primeiro lugar com esta recuperação acho que está maravilhosa e só precisa de ser aproveitada com exposições como esta. Existindo os eventos as pessoas frequentam e a prova disso é o nosso Cine-Teatro”. Também para José Pereira, outro visitante da Murtosa, a Casa da Cultura “está muito melhor, mais funcional. É preciso dinamizar e que tenha atividade regularmente”. Nas quatro salas expositivas, podem-se apreciar, até dia 31, obras de António Joaquim, Irmã Gabriela, Jaime Ferreira, Joakin Pereyra, José Mendonça e Luís Alberto reunidas na Exposição Retrospetiva de Pintura “3+3”, que relembra a primeira exposição sobre Estarreja na Casa da Cultura, quando passou a património municipal em 1981. Joakin Pereyra, o mais jovem do grupo, recordou os seus companheiros e a escolha dos seis artistas, 3 académicos e 3 modernistas, na altura feita pelo “grande mestre” Jaime Ferreira. Este grupo nasceu em 1975 e extinguiu-se mais tarde devido ao falecimento de Jaime Ferreira e Luís Alberto. Financiado pelo QREN, no âmbito do Mais Centro-Programa Operacional Regional do Centro, o projeto de beneficiação da Casa da Cultura de Estarreja representa um investimento total de 272.028,98 euros, com uma comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de 217.623,18 euros. Foram criados gabinetes de atendimento e orientação juvenil, sala de formação e espaços de ateliês de artes espaços de trabalho para os serviços da educação, cultura e juventude. A empreitada incluiu a criação de um acesso para pessoas com mobilidade condicionada. Durante o programa comemorativo promovido pela Câmara Municipal de Estarreja, que decorre durante este mês, “elevamos a Cidadania, ligando a cidade a uma comemoração desde sempre focada na cultura, novos valores, tradição, património, música”, salienta José Eduardo de Matos. |