A deputada do PSD Carla Rodrigues, eleita pelo círculo de Aveiro, lamentou que o processo de implantação da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal tenha sido mal conduzido pelo governo socialista, que o lançou em 2009 e foi responsável pelo processo até há seis meses. A parlamentar falava no plenário da Assembleia da República, durante o debate de urgência sobre a TDT, sublinhando que os problemas que se verificam hoje de falta de informação e elevados custos dos aparelhos de receção foram questões negociadas pelo anterior governo. Carla Rodrigues saudou que, “finalmente, a implantação da TDT seja preocupação partilhada por todos”, mas lamentou que tivesse surgido a escassos dias do primeiro desligamento do sinal analógico, portanto, “tarde e a más horas”. “O PSD alertou, há mais de um ano, para os diversos problemas que se colocavam, numa altura em que ainda havia tempo para os resolver”, atirou Carla Rodrigues, referindo-se a uma audição parlamentar de fevereiro último, onde manifestara preocupação pela forma como o assunto estava a ser tratado. "Na altura, o senhor ministro, do governo socialista, respondeu que a minha afirmação era intempestiva", sublinhou a deputada. Carla Rodrigues avisou que não deve esperar-se “milagres”. “Sejamos realistas. O processo começou mal e continuou pior, mas estamos confiantes de que o governo tudo fará para que acabe da melhor forma possível”, concluiu a parlamentar social democrata. Por outro lado, a deputada aveirense questionou as vantagens do possível adiamento do desligamento do serviço analógico de Televisão, proposto pela oposição, e os custos que isso acarretaria. “Teremos todos consciência de que esse adiamento seria possível apenas até dezembro e que as vantagens não seriam superiores às desvantagens?”, interrogou Carla Rodrigues, em jeito de resposta. O Grupo Parlamentar do PSD apresentou um projeto de resolução recomendando ao governo que tome medidas no sentido do esclarecimento da população quanto ao processo e ao acesso aos subsídios para aquisição de equipamento e que garanta a igualdade de todos os cidadãos no acesso à TDT, nomeadamente dos que se encontram nas denominadas "zonas sombra" para que nenhum português fique excluído deste processo. |