Uma “aposta” clara no reforço da despesa de capital (mais 1.060.000 euros, em relação ao ano transacto), para aproveitar fundos comunitários, é uma das novidades do Orçamento da Câmara de Vagos para 2012, que não quer colocar em causa o equilíbrio financeiro do município.
O documento, que vai ser discutido amanhã, pelos deputados municipais, reconhece que 2012 será um ano “extremamente complicado a todos os níveis”. E alerta para a redução significativa dos montantes a transferir pelo Orçamento de Estado, e à diminuição das receitas provenientes do IMT e das taxas cobradas pelo município, reflexo da diminuição da actividade imobiliária.
Poupar é, de resto, a palavra de ordem da autarquia vaguense, que pretende uma “maior racionalização” da actividade municipal, no tocante a acções e eventos. Evitar o desperdício ou menor aproveitamento de recursos, é outra das prioridades do Executivo de Rui Cruz, que se compromete, ainda, a “encetar um esforço”, para diminuir a dívida a fornecedores e parceiros.
Dívida que, refere o documento, foi acumulada, ao longo dos últimos anos, “quando as perspectivas que nos eram criadas eram completamente diferentes da realidade que enfrentamos hoje”.
Com um orçamento global a rondar os 25 milhões de euros, destaque, no Plano Plurianual de Investimentos, para o sector da Educação, e para a construção dos centros escolares de Fonte de Angeão e Gafanha da Boa Hora, que prossegue. Quanto ao centro escolar de Vagos, apesar do investimento feito pelo município, o projecto está parado porque “não existe qualquer decisão por parte do Ministério da Educação”.
Ainda neste sector, vai avançar o projecto Centro de Cultura e Ciência, que só, recentemente, viu aprovada a sua candidatura. Fruto de uma parceria com a Fábrica da Ciência da Universidade de Aveiro, ficará localizado na freguesia de Fonte de Angeão, na antiga escola primária da Parada de Cima.
CIRA apoia. Destaque, também, para a construção da futura Biblioteca Municipal, cuja empreitada teve início em 2011. Trata-se de um investimento vultuoso, que após negociação com a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), foi reprogramado financeiramente. Neste momento, o financiamento aprovado é de 85%.
A CIRA interveio, igualmente, nas obras do Estádio Municipal, que estará finalmente concluído em 2012. Segundo o documento camarário, existe um compromisso com aquela entidade, para serem financiadas algumas das obras que não se encontravam financiadas.
A nível turístico, após alguns avanços e recuos na análise das candidaturas no GAC (Grupo de Acção Costeira), vão avançar com os projectos e execução de algumas obras fundamentais. Em causa está a construção de passadiços, e a criação de apoios à Arte Xávega nas praias do Areão e Vagueira. Paralelamente, será construído o posto de vendagem da Vagueira, que incluirá também uma componente museológica, dedicada às artes da pesca.
A “marcar passo” vai, entretanto, continuar a requalificação e defesa do cordão dunar da frente marítima, entre a Praia da Vagueira e a Praia do Labrego, que aguarda pela conclusão das negociações com a ARH Centro e o INAG.
Quanto às obras previstas no âmbito do Polis Litoral – Ria de Aveiro, destaque para a empreitada de requalificação e valorização da frente lagunar de Ílhavo e Vagos, área de recreio fluvial do canal de mira, entre a Costa Nova sul e a Vagueira. Em fase de projecto está, entretanto, a transposição de sedimentos, para a optimização do equilíbrio hidrodinâmico na Ria de Aveiro, pateira de Fermentelos e barrinha de Mira; a protecção e recuperação do sistema dunar, através do reforço do cordão dunar entre a Costa Nova e Mira; e o reordenamento e qualificação da frente lagunar de Vagos, margens do Rio Boco e antigo cais dos moliceiros/Folsas Novas.
Eduardo Jaques
Colaborado
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