Apesar de fazer parte do Programa de Acção e Orçamento para 2012, aprovado há dias com duas abstenções, os Bombeiros de Vagos podem deixar “cair” o anunciado projecto de remodelação do actual quartel. O anúncio foi feito pelo presidente da direcção, Ricardo Fernandes, que já está a “negociar”, com o Executivo de Rui Cruz, a permuta das instalações com duas infra-estruturas camarárias, a central de camionagem e o mercado municipal.
Trata-se, segundo apurou o JB, de uma solução a contento de ambas as partes, e em particular da Câmara Municipal, que poderá desenvencilhar-se, de uma assentada, de dois “elefantes brancos” que possui. Construídos no decorrer dos mandatos de Carlos Bento, o mercado funciona apenas aos sábados, enquanto a central de camionagem se encontra devoluta.
Para a associação, as vantagens são óbvias. Desde logo em termos de operacionalidade, como adiantou Ricardo Fernandes, para quem só a junção das duas infra-estruturas, através de uma cobertura, vai permitir “duplicar o espaço do actual parque de viaturas”.
Aumentar a área operacional, em detrimento da componente social (mal aproveitada) é, de resto, um dos propósitos da direcção dos bombeiros. As divisórias existentes no novo espaço, por exemplo, serão adaptadas para a central de comunicações, balneários e camaratas, salas de formação e gabinetes do comando e direcção. Um auditório e um pequeno salão também estão contemplados no projecto que está a ser elaborado.
As negociações com a Câmara estão a decorrer, com alguma celeridade, dada a urgência de encontrar uma solução que não comprometa a eficácia dos bombeiros. De acordo com Rui Santos, chefe de gabinete do presidente da Câmara, que não esclareceu qual será o futuro do actual quartel (no caso da permuta se concretizar), “se a proposta vier a produzir vantagens para a autarquia e bombeiros haverá certamente um bom entendimento”.
110 operacionais. Recorde-se que o actual quartel, inaugurado em Dezembro de 1986, começou a ser construído em Abril de 1983. Custou cerca de 250 mil euros, foi dimensionado para 70 bombeiros (todos do sexo masculino), e o parque automóvel estava confinado a 4 ambulâncias e 7 viaturas de incêndio.
Actualmente existem 110 operacionais, dos quais 31 são mulheres. Substancialmente aumentado, do parque de viaturas fazem agora parte 14 ambulâncias de emergência e transporte de doentes, 10 viaturas de combate a incêndio e 8 de apoio, uma viatura museu, um barco e quatro atrelados.
Uma realidade que terá obrigado a anterior direcção a repensar o funcionamento do actual quartel, tendo apresentado em 2009 um projecto de remodelação, que continua a merecer “a melhor atenção”, por parte dos actuais dirigentes, comando e corpo de bombeiros.
Segundo o Programa de Acção e Orçamento para 2012, o custo previsional da obra, que será faseada, ronda o 1.000 milhão de euros. Dando como garantia o actual edifício do quartel, um empréstimo bancário no valor de 400 mil euros, chegou a estar agendado na última reunião magna da associação, mas acabaria por ficar para já “congelado”, na expectativa da permuta se concretizar.
Eduardo Jaques
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