Um dia depois do CAR – Centro de Alto Rendimento de Anadia – Velódromo Nacional de Sangalhos ter comemorado dois anos de actividade, Litério Marques, presidente da Câmara Municipal de Anadia, fez um pequeno balanço onde mostrou alguma preocupação sobre a sustentabilidade do equipamento, mesmo tendo, ao longo destes dois anos, uma taxa de ocupação de 75% com as várias modalidades (judo, ginástica, ciclismo, esgrima e transpolins) e federações nacionais que ali estagiam.
Tratando-se de uma infra-estrutura nacional, deu a conhecer que ficou contratualizado com o IDP – Instituto do Desporto de Portugal – que este disponibilizaria anualmente uma verba de 100 mil euros, para que a autarquia pudesse assumir a gestão do Velódromo. “A manutenção desta casa é algo que nos preocupa. Até ao momento o IDP nada pagou. A Câmara não tem poderes para reformular os moldes de funcionamento”, referiu Litério Marques.
Sem se deter, o autarca adiantou que “legalmente, o Estado não pode transferir o dinheiro directamente para as câmaras que gerem este tipo de equipamentos. No anterior Governo estava a ser criada uma fundação para ultrapassar esta questão, mas como o Governo mudou, aguardamos por novas novidades”.
Litério Marques deu a conhecer que já falou com o novo Secretário de Estado do Desporto, Alexandre Mestre, deu-lhe a conhecer a situação, e acredita que o problema será resolvido a “breve prazo”, caso contrário a câmara terá de encontrar uma forma que torne sustentável o projecto, admitindo que existem “várias entidades e empresas interessadas em colaborar connosco. Nós temos forma de encontrar uma solução. Nós não somos deste Portugal em crise, a Câmara Municipal tem dinheiro, mas, para que a infra-estrutura tenha sustentabilidade, é preciso que mudem as regras”.
Mesmo com a apreensão estampada no rosto, Litério Marques afiançou que “esta obra irá marcar a região e não irá encerrar. Ao contrário daquilo que muitas pessoas, incluindo responsáveis políticos locais, vaticinavam quanto ao êxito de uma instalação deste gênero, a obra está cá, concluída, cresce no dia a dia, com uma ocupação de 75%. O problema da sustentabilidade é algo que nos preocupa, mas acredito que vamos dar a volta por cima”.
Abertura à comunidade. Numa forma de publicitar este tipo de instalações, Litério Marques avançou que irá abrir o CAR à comunidade local, com aulas de aeróbica, três vezes por semana (segundas, quartas e sextas), e a implantação de uma escola de ciclismo, destinada a crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos. “Vamos disponibilizar à população local a pista de ciclismo aos sábados e domingos de manhã para treinos de formação. Sangalhos é uma terra de ciclismo, já teve grandes nomes do ciclismo nacional, e tenho esperança no futuro de ver novos campeões nacionais”, referiu Litério Marques, que já está a criar uma parceria entre o Sangalhos Desporto Clube, Junta de Freguesia de Sangalhos e a Federação Portuguesa de Ciclismo.
A finalizar, o edil anadiense disse aos jornalistas, que Sangalhos vai ter finalmente o Centro Escolar, obra orçada em 1 milhão e 900 mil euros e a pista de BMX.
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