O ramal de saneamento – numa extensão de 500 metros – na Rua Padre Acúrcio, no Repolão, está entupido, obrigando os dejectos a entrar, inesperadamente, dentro das casas.
É uma situação que os moradores dizem ser uma grande vergonha, tendo em conta que “o primeiro alerta foi dado à AdRA – Águas da Região de Aveiro e também à Câmara Municipal de Oliveira do Bairro no dia 16 de Abril”.
Filipe Brandão diz que já não sabe o que fazer, tendo em conta que se viu obrigado a tapar a saída do saneamento da sua própria casa, para que os dejectos não continuassem a entrar dentro das divisões.
O lesado conta ainda que “os poços das imediações estão com a água contaminada e que o próprio piso da estrada está a abater, uma vez que as águas do saneamento devem andar debaixo da estrada”. “Estou farto de chamar a atenção deste problema, mas ninguém nos liga”, afirma.
Poços contaminados. Maria Crisálida é outra das moradoras afectadas, lamentando que “os políticos, na altura das eleições, tenham alcatroado a estrada, sem, no entanto, terem resolvido convenientemente o saneamento”.
Esta moradora da Rua das Areias diz estar desesperada, uma vez que “os nossos poços estão a ficar com a água contaminada e a cheirar mal”. “É absolutamente impensável o que nos está acontecer há cerca de um mês”.
Do outro lado da estrada, Maria do Céu afirma estar “farta de levar com os esgotos. Esta noite estava a ver televisão com um lenço no nariz”. “Não estou a brincar”, desafaba, sublinhando que gastou muito dinheiro para ligar o saneamento e agora “tenho excrementos dos outros a entrar dentro de casa”.
Intervenção. O Administrador da AdRA, Fernando Vasconcelos, garante que “está a ser preparada uma intervenção, mas, pela dimensão do problema, só será possível ter a questão resolvida em três semanas”.
Explica que, “nas últimas grandes chuvadas, houve um encravamento da rede de saneamento na rua e foram efectuadas intervenções para a desobstrução da rede com recurso a equipamento especializado que não tiveram sucesso”.
Assim, “foi efectuada uma intervenção de vídeo-inspecção, recorrendo a equipamento próprio para o efeito, para identificar o estado da conduta e a origem do problema, tendo sido detectado um colapso grave em várias secções da conduta, não sendo possível a sua recuperação”.
Fernando Vasconcelos acrescenta que “a situação é de maior dimensão, pois a rede tem cinco metros de profundidade [quase a profundidade de dois andares enterrados]”.
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