Dezenas de estudantes universitários manifestaram-se ontem frente à reitoria da Universidade de Aveiro (UA) contra o novo regulamento de atribuição de bolsas de estudo e as suas normas técnicas.
Os estudantes alegam que as novas regras são “absurdas e injustas” e afirmam que “inúmeros” alunos estão, neste momento, a ponderar não voltar mais para a UA, por falta de recursos financeiros.
Em declarações à Lusa, Mário Fernandes, do 5.º ano da licenciatura em Tradução, disse que só na UA “há mais de 600 alunos que este ano perderam a bolsa de estudo”.
“São regras que vieram mudar completamente as coisas e foram implementadas numa altura muito má”, adiantou este aluno, que diz ter sido excluído do sistema de bolsas devido à “passagem de 40 para os 50 por cento do aproveitamento escolar mínimo obrigatório”.
Na mesma situação está Cidália Morais, aluna da licenciatura de Educação Básica, mas, no seu caso, a exclusão da acção social ficou a dever-se ao facto de não ter atingido os 30 créditos do Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos (ECTS) aos quais o estudante tem de estar inscrito para requerer a atribuição de bolsa.
“Tinha de ter chumbado a três ou quatro cadeiras para atingir os 30 ECTS para ter direito à bolsa”, diz esta aluna, admitindo que, possivelmente, terá que desistir da universidade, caso o novo regulamento não seja alterado.
Os estudantes defendem a aplicação de uma norma transitória para este ano lectivo, que permita aos alunos serem abrangidos pelo regulamento anterior, e reclamam a contabilização das unidades extra-curriculares como unidades contabilizáveis para o mínimo de 30 ECTS.
Empunhando faixas onde se lia “Mãe perdi a bolsa, vou voltar para casa”, os estudantes seguiram depois em direcção ao Governo Civil de Aveiro onde entregaram um abaixo-assinado.
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