Os presidentes da Câmara de Aveiro e do grupo Semapa assinaram ontem um acordo que visa a conversão de terrenos agrícolas em industriais com vista a uma futura ampliação da fábrica de papel da Portucel em Cacia.
“A Câmara cumpriu a sua obrigação dando uma resposta positiva ao desejo da Portucel de criar condições para que a fábrica de papel de Cacia se possa expandir”, disse Élio Maia, após a assinatura do protocolo, que decorreu na nova fábrica de pasta de papel da Portucel, na Península da Mitrena, em Setúbal.
De acordo com o autarca, trata-se de um processo que se iniciou quando a Portucel, empresa que está instalada em Cacia há 57 anos, mostrou interesse em ser avaliada a possibilidade de expansão daquela unidade industrial.
“A primeira condição [para a expansão da fábrica de Cacia] é que os solos classificados como Reserva Agrícola no PDM (Plano Director Municipal) de Aveiro, possam passar para zona de expansão da Portucel”, disse Élio Maia, adiantando que a autarquia vai elaborar um Plano de Pormenor com esse objectivo.
O autarca explicou que o Plano de Pormenor deverá salvaguardar a existência de uma “zona com capacidade de expansão” da Portucel, mas também a construção de uma nova avenida, que vai fazer a ligação da EN 109 ao centro de Cacia e estabelecer uma clara delimitação entre a área industrial e a área urbana.
“A expectativa, da nossa parte, é que a Portucel possa fazer, no final do processo, um investimento na ordem dos 300 milhões de euros, que poderá representar a criação de cerca de 750 postos de trabalho”, disse o autarca.
Élio Maia lembrou, no entanto, que o investimento do Portucel só poderá ser concretizado após a aprovação do referido Plano de Pormenor, que admitiu ser um processo moroso que poderá demorar cerca de três anos.
O presidente da Semapa, Pedro Queiroz Pereira, salientou que o protocolo visa apenas a preparação de futuras áreas de desenvolvimento da Portucel de Cacia, mas garantiu que não está prevista a construção de uma nova fábrica.
“O protocolo que foi assinado hoje prevê apenas a preparação de áreas que passarão a ser futuras áreas de desenvolvimento da Portucel”, disse.
“Não vamos construir uma nova fábrica porque, para isso, era preciso haver matéria-prima. E não há, neste momento, matéria-prima suficiente na região para fazer uma nova fábrica”, justificou.
Pedro Queiroz Pereira lembrou que a fábrica de Cacia é atravessada por caminhos públicos e defendeu a necessidade de ter mais espaço disponível para poder “imaginar a expansão” daquela unidade industrial.
O presidente do grupo Semapa reafirmou, no entanto, que é “muito cedo” para fazer qualquer previsão em termos de futuros investimentos e da eventual criação de novos postos de trabalho da Portucel na região de Aveiro.
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