Cerca de três centenas de figurantes vão recriar no dia 05 de Outubro alguns momentos que ilustram como se manifestou a implantação da República em Aveiro, numa iniciativa promovida pela autarquia.
Esta acção, que conta com a participação de 30 associações culturais e recreativas do concelho, incluindo bandas, ranchos folclóricos, corais e fanfarras, tem como finalidade trazer à memória dos aveirenses “excertos do que aconteceu há 100 anos em Aveiro”.
O projecto “Aveiro nas Páginas da República” foi elaborado a partir do artigo “Notas sobre a Implantação da República em Aveiro e seus antecedentes” escrito por Eduardo Cerqueira.
As actividades vão decorrer entre as 11:00 e as 17:30, na Praça da República, em frente aos Paços do Concelho. Neste local, estará montada uma feira à moda antiga, onde a população se irá concentrar para obter informações sobre a revolução.
“Os primeiros momentos são de incerteza, já que no dia 05 nada se sabia [sobre os acontecimentos em Lisboa]. Os jornais não chegavam, o telégrafo também não dava notícias e havia alguma azáfama da população a deslocar-se à estação para ver se vinha alguém de Lisboa que desse notícias”, disse à Lusa Joaquim Rocha, produtor artístico desta iniciativa.
Segundo o mesmo responsável, as primeiras notícias sobre a revolução chegam apenas a Aveiro no dia 06, com um suplemento do Democrata, onde é dada a confirmação da implantação da República.
“É então que começam as primeiras manifestações e, aos poucos, as pessoas começam a juntar-se nas ruas da cidade entoando a Marselhesa”, adiantou Joaquim Rocha, acrescentando que este momento será evocado por “elementos dos corais que vão estar misturados no meio do povo”.
O espectáculo prossegue com o hastear da bandeira da República nos Paços do Concelho e a interpretação de “A Portuguesa”, pela Banda Amizade (à época designada por Banda dos Bombeiros Voluntários).
Seguem-se alguns discursos históricos e a tomada de posse da Comissão Municipal Administrativa Republicana para Aveiro. A encerrar o programa, às 17:30, os vários grupos corais irão cantar “a Portuguesa”.
A vereadora da Cultura, Maria da Luz Nolasco, convida e desafia toda a população a participar na iniciativa trajando-se à época.
“Qualquer pessoa tem no seu guarda-fatos uma casaca, uma blusa, uma saia escura mais comprida, um chapéu, uma capeline, uma bengala ou um bastão. Acho que toda a gente vai encontrar um trajar mais antigo”, adiantou a vereadora.
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