Na autarquia de Vagos, a ordem é mesmo para “cortar a eito”, devendo o próximo Orçamento reflectir já esse sentimento de crise. O edil Rui Cruz está mesmo disposto a “reduzir ao máximo” as rendas pagas pela autarquia, para alojar alguns organismos. É o caso, por exemplo, da loja onde actualmente funciona a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, no centro da Vila, que anteriormente albergava os escritórios da sociedade gestora de parques empresariais, Mais Vagos. Vai ser “em breve” deslocalizada para outro espaço, conjuntamente com a biblioteca municipal e o espaço internet, que há vários anos estão sedeados no edifício do Centro de Educação e Recreio.
A antiga unidade de Saúde, a Central de Camionagem e os actuais Paços do Concelho, são três dos imóveis municipais que devem sofrer “intervenções rápidas”. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara de Vagos, que espera, ainda, reinstalar os gabinetes de Apoio ao Emigrante e de Mediação Familiar, a Cruz Vermelha, o clube Lions e a Filarmónica Vaguense.
No caso do Centro de Saúde, o edifício estava a “aguardar por outros projectos”, que seriam financiados através do programa Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação. Contudo, o programa está a ser reformulado, e como tal o Executivo de Rui Cruz diz que vai avançar “noutro sentido”, embora não desista do projecto inicial.
Das medidas de contenção e despesa ficam de fora, para já, os serviços locais da Segurança Social. Localizados há vários anos na antiga Escola Preparatória João Grave, vão passar a funcionar num novo balcão, a cerca de cem metros do actual local de atendimento.
Novo “layout”. O aluguer daquele espaço será integralmente pago pela autarquia vaguense, por “tempo indeterminado, até ser encontrada uma solução mais adequada em edifício camarário”.
Um protocolo entre a Câmara de Vagos e o Centro Distrital vai ser agora assinado por ambas as partes, devendo a instalação e o novo “layout”da loja ser assegurados pelos serviços do Instituto da Segurança Social.
De referir que a Câmara necessita do imóvel devoluto, para ali construir a Biblioteca Municipal. A empreitada foi adjudicada por 1,6 milhões de euros, e os trabalhos deviam arrancar já em Outubro.
João Grave dará nome a uma das salas, que guardará parte do espólio do escritor, oportunamente oferecido pela família. Outros “beneméritos”, que nos últimos anos fizeram doação de livros, também terão lugar de destaque, como é o caso de Mário Rocha, discípulo de Mário Sacramento, e o Prof. Mário Júlio Almeida Costa, ex-presidente da Assembleia Municipal de Vagos e antigo ministro da Justiça de Salazar e Marcello Caetano. Este último, que reside em Lisboa, já manifestou intenção de doar o acervo de livros, que possui na biblioteca da sua casa de férias do Boco (Soza).
Eduardo Jaques
Colaborador
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