“Golden Ages – Tributo ao Vinho” é o tema das novas exposições temporárias, inauguradas último sábado, no Museu do Vinho Bairrada, em Anadia. Cinco artistas plásticos de renome internacional (mestre Cruzeiro Seixas, Ana Cristina Leite, Duarte Vitória, escultor Manuel Patinha e Sobral Centeno) vão ter algumas das suas obras expostas neste espaço museológico até ao dia 20 de Novembro.
“Golden Ages” permitiu, pela primeira vez, reunir, em Anadia, cinco nomes grandes das artes plásticas e que, ao longo dos anos, têm marcado fortemente os percursos estilísticos e plásticos de diversas gerações.
Presentes no evento dois dos artistas convidados (Manuel Patinha e Sobral Centeno), assim como Pedro Pita, em representação do Secretário de Estado da Cultura.
Na oportunidade, revelou que o Ministério “acompanha com interesse a programação desenvolvida pelo museu anadiense”, destacando ainda o facto do “museu ter sabido responder à questão: como é que se trabalha artisticamente com a história, o passado e a tradição”.
Já Pedro Dias, director do museu, sublinhou a importância dos vários parceiros (Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Anadia, Associação Rota da Bairrada, Turismo Centro Portugal, Caves São João e muitas outras entidades) que, pela primeira vez, se associaram a um evento desta natureza e importância.
“A autarquia de Anadia e o próprio Museu do Vinho estão bastante voltados para a cultura, já que, a cada cinco meses, é possível assistir a novas exposições, sempre de nomes grandes das artes”, diria o galerista José Sacramento, também presente na cerimónia inaugural. Quanto à ausência de três dos artistas expostos, revelou que o mestre Cruzeiro Seixas, a completar 90 anos, teve um problema de saúde, enquanto que Duarte Vitória casava naquele dia. Já Ana Cristina Leite tinha um filho a ser operado, o que a impossibilitou também de estar presente. Contudo, sobre os autores apenas diria que a obra e alguns dos trabalhos agora expostos falam por si, ou seja, mostram que se trata de artistas de grande currículo, com vasta obra espalhada pelo mundo.
Por seu turno, Vera Fino falaria do mestre Cruzeiro Seixas e da sua ligação profunda às tapeçarias de Portalegre. “É uma honra falar do mestre Cruzeiro Seixas. Um artista completo – escreve e pinta. Nome maior do surrealismo português”, diria.
Vindo directamente da Galiza para a inauguração, Manuel Patinha mostrou-se muito orgulhoso e satisfeito por expor em Anadia. Nascido em Portugal, revelou aos presentes que todo o seu trabalho artístico foi desenvolvido e reconhecido fora de Portugal. Feliz pela presença de tanta gente, dedicou a exposição ao público presente, enquanto que Sobral Centeno avançou ter em exposição alguns trabalhos desenvolvidos na última década.
A terminar, o autarca de Anadia, Litério Marques, satisfeito pela casa cheia, disse ser um indicador de que o público “acredita na qualidade das nossas exposições”, lamentando que mais não se faça por falta de vontade: “o dinheiro não está nas mãos certas. Ele tem que ser regionalizado”, mostrando, com isto, que seria possível fazer mais e de forma diferente se houvesse conjugações de esforços para tal.
Para o edil de Anadia é necessário “criar incentivos e apoios aos artistas”, por forma a que eles também se sintam valorizados.
Ciente de que, desde a primeira hora da abertura deste espaço museológico, a autarquia tem estado a trabalhar sozinha, destacou a importância das parcerias agora estabelecidas: “as exposições têm outro brilho e as parcerias são importantes, pois o Museu é uma casa de Cultura e é nesta base que peço a todos (empresas, associações) para que sigam o exemplo das empresas e instituições parceiras, até porque é um facto incontornável que o Museu é um veículo de comunicação e publicidade, sendo certo de que o esforço das empresas será reconhecido e recompensado”.
Catarina Cerca
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