A Nissan anunciou a suspensão da fábrica de baterias em Aveiro, já com as paredes erguidas e a dois meses do inicio previsto da laboração. Construtor, Governo e autarquia negam o cancelamento do projecto de 156 milhões de euros que deveria criar duas centenas de postos de trabalho. Filipe Guerra, deputado do PCP na AM de Aveiro já não acredita. “A empresa desistiu do investimento previsto resultando em mais um exemplo de uma multinacional que visou instrumentalizar a crise no país e os diversos apoios”. À primeira dificuldade, a Nissan saiu rapidamente de cena, acusou o vogal comunista. Do PS também chegaram comentários ao inesperado revés. O presidente da Câmara sai chamuscado na opinião de Pedro Pires da Rosa, ao lembrar que Élio Maia quis tirar louros de um projecto onde não tinha sido parte. “Até na comunicação escrita. Pôs-se a jeito que essa eventual vinda não lhe era imputável”. O antigo vereador Marques Pereira duvida que Câmara e Governo tenham feito tudo para evitar a suspensão da fábrica que deveria produzir 50 mil baterias por ano. “Será que o Governo e a CMA não acompanhavam este dossiê por forma a não serem surpreendidos”, questionou o deputado. A Nissan suspendeu o investimento que poderia ajudar a colocar Aveiro na vanguarda da mobilidade eléctrica. O anúncio do construtor nipónico ainda foi a tempo da maioria PSD-CDS apagar a referência ao projecto na comunicação do presidente sobre a gestão camarária enviada à AM após quase um ano a ser usada como bandeira da capacidade do concelho atrair novos projectos. |