O abalo causado pelo anúncio, inesperado, da suspensão da fábrica de baterias está mais desanuviado com a chegada de informações da Nissan e do Governo. “É fundamental que haja a razoabilidade de perceber que não é o termo do projecto, temos de criar pontes, pode ser retomado", declarou Élio Maia ao final após um dia em que manteve diversos contactos com a Nissan e o Governo.
O compasso de espera do construtor nipónico não deita tudo a perder de um investimento que deveria ultrapassar 156 milhões de euros. A decisão "é suspender, mas não há prazos".
O edil revela um argumento que pode segurar a Nissan. "Já ali estão investidos cerca de 10 milhões de euros, o que leva a ter a convicção que será encontrada uma solução para optimizar e valorizar" a nave industrial construída no complexo da Renault.
Segundo Élio Maia, a unidade de Aveiro foi sacrificada, nesta fase, pela falta de mercado de veículos eléctricos, a que não é alheia a crise económica.
O construtor deu conta à autarquia da “necessidade de mais tempo” para a crise económica dissipar-se e esperar também pelo ambicionado aumento da venda de veículos eléctricos.
A produção que a Nissan estimava gerar até 2016, de 1,5 milhões de baterias, "veio a verificar-se exagerada" face à situação actual do mercado, obrigando a "um ajuste" dos estudos iniciais decretado pelo topo da hierarquia do grupo, explicou.
"O projecto não está cancelado", o que seria o pior cenário.
200 empregos à parte, o município não ficará a perder mais do que 127 mil euros, equivalente a 96% de taxas urbanísticas, por conta de isenções, como é prática habitual nos projectos de interesse local, caso o investimento seja concretizado.
A edilidade criou ainda uma espécie de "via verde" para tratar de aspectos legais relacionados com licenciamentos da fábrica, evitando atrasos. |