Mais de 600 alunos dos 3.º e 4.º anos viajaram até Marte, durante a missão “Ninho de Ciência”. Este é um programa da Câmara Municipal de Estarreja que todos os anos leva a astronomia às salas de aula, durante a Semana da Cultura Científica, e com o objetivo de divulgar a Ciência, em articulação com as áreas curriculares, nomeadamente, com o Estudo do Meio. Nesta edição, denominada “Rodinhas do Espaço”, o astrónomo José Matos veio trazer “uma missão de exploração planetária até à sala de aula, mostrar como a nave aterra e como se faz a viagem”. Na Escola da Terra do Monte, Fermelã, ao longo de uma hora, José Matos, da FISUA – Associação de Física da Universidade de Aveiro, falou das várias missões planetárias a Marte focando os veículos enviados para recolher dados. “Recentemente partiu uma missão nova para Marte e aproveitei para falar sobre este assunto”, explicou. E os dados apresentados impressionaram os alunos. O aparelho que está a caminho de Marte chama-se "Curiosidade" e é o maior e mais avançado robô já enviado ao espaço, pesa uma tonelada e tem três metros de comprimento. O Curiosity é cinco vezes mais pesado que os robôs antecessores - os exploradores Spirit e Opportunity. É o foguete Atlas V que transporta o robô mais bem equipado até o momento com o qual a NASA (agência espacial americana) espera determinar se há ou houve alguma vez condições para existir vida em Marte. Depois de uma viagem de 9,65 milhões de quilómetros com duração de oito meses e meio, este “rodinhas do espaço” chegará ao planeta vermelho em Agosto de 2012. Bernardo, aluno do 4.º ano, achou a iniciativa “muito interessante e é sempre uma experiência nova”. Elogiou a matéria dada e aprendeu sobre “os vários tipos de máquinas e como elas são lançadas para o espaço a partir de foguetões que se vão desmanchando”, explicou. A interatividade também merece uma nota positiva. O astrónomo “deixa-nos experimentar, fazer novas experiências”, avalia destacando a apresentação de imagens em 3D. Resumindo, na opinião do Bernardo “esta aula foi enriquecedora”, tendo adquirido “conhecimentos sobre o espaço”. Nas suas visitas às escolas, José Matos registou “um grande interesse pela atividade e da parte dos alunos houve uma boa recetividade. Eles acompanharam isto com muito interesse. Passamos bons momentos com eles e dá-me uma certa alegria ver que eles gostam e participam”. O astrónomo estarrejense considera que esta curiosidade “mostra que há razão para levarmos a ciência até eles e tentarmos mostrar coisas diferentes”. A professora Paula Baptista, da Terra do Monte, destacou o “entusiasmo dos alunos, que revelam um interesse muito grande” e lembrou um comentário de uma criança sugerindo que o Ninho de Ciência seja uma atividade de enriquecimento curricular. “É importantíssimo porque abordamos astronomia mas não com tanta profundidade e este é tema pelo qual a maioria deles se interessa”. Este ano, José Matos teve uma nova ferramenta ao seu dispor para estas aulas de astronomia. Os quadros interativos, que a Câmara instalou em 25 salas de aula, são “uma mais-valia e também um sinal de modernidade nas escolas”. A novidade deixou o astrónomo muito satisfeito porque “para este tipo de atividades é algo muito útil e permite dar uma nova abordagem na sala de aula”. Divulgar descobertas científicas e reconhecer a importância da atividade científica na qualidade de vida do Homem são objetivos do Ninho de Ciência que pretende incutir o gosto pela Ciência, tornando-a mais próxima e apelativa. Esta semana realizam-se as últimas sessões sobre astronomia nas escolas do Mato e Bandeira, em Avanca, que tiveram de ser reagendadas. |