António Cruz, ex-dirigente do Beira-Mar, fez chegar à redacção Terra Nova um comunicado onde revela que apresentou o pedido de demissão do cargo, a 22 de Junho deste ano "contrariamente ao que António Regala revelou em entrevista à Rádio Terra Nova". "O mesmo não foi ainda tornado público, porque entendi que poderia prejudicar, entre outros, a constituição da SAD, o Clube, e provocar até algum clima de instabilidade que não desejo para o meu Clube", refere. António Cruz sublinha que se demitiu porque percebeu que o Clube "ainda estava sem SAD e já estava a ser gerido por elementos não pertencentes à Direcção", continuando, "pedi ao Presidente para ser marcada uma reunião urgente para resolver esta situação onde deixei manifestamente expresso que o Clube ainda tinha uma direcção e, por isso, todos os assuntos relativos ao futebol profissional teriam de passar por mim, que tinha o pelouro do futebol profissional, tendo ainda aí invocado que estava a ser ultrapassado nas minhas funções, nomeadamente na contratação de jogadores". António Cruz lamenta que nenhum atleta por ele indicado tenha sido contratado. "O que se passou com o Leandro Tatu é apenas um exemplo disso, se não vejamos, após demoradas negociações, cheguei a acordo com o jogador para um contrato de três épocas. Foi entendido por Nuno Patrão que era caro e foi-lhe apresentada uma contra-proposta que foi recusada e o jogador foi para o Steaua de Bucareste. Posteriormente, em face de uma pré-época desastrosa foram feitas contratações que ultrapassaram em muito o que até aí se achava caro, como está à vista, sem qualquer valor acrescentado", "sendo disso exemplo as contratações de Douglas, Cristiano e Balboa", refere, questionando "o que se passa com o Vasco Fernandes que veio do Elche, não foi inscrito, treina e não pode jogar e no fim do mês recebe o salário". António Cruz aponta outras razões para a decisão de se demitir. "Outra das razões foi o não cumprimento do acordo com a Inverfutbol, estabelecido na Comarca do Baixo Vouga e em que participei nas negociações e também pelo facto de os sócios não poderem subscrever cinco por cento do capital da SAD, devido a negligência do senhor Nuno Patrão". "Assistimos a contratações de familiares e amigos desnecessários para a SAD que tem outras necessidades mais urgentes, como a liquidação do passivo do Clube, que a SAD se comprometeu a efectuar", escreve no comunicado. Tudo isto aconteceu porque, sublinha, "não houve uma liderança forte que impedisse esta sede de poder. Pensavam que tinham a galinha dos ovos de ouro e agora estão em vias de a matar", conclui. |