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02-12-2011

Autarquia assina contrato-promessa com investidor para São Jacinto. Oposição pede cautelas.


A Câmara de Aveiro vai assinar um contrato-promessa com um promotor imobiliário que pretende instalar nos antigos estaleiros de S. ...

A Câmara de Aveiro vai assinar um contrato-promessa com um promotor imobiliário que pretende instalar nos antigos estaleiros de S. Jacinto um complexo turístico vocacionado para a área da saúde e terceira idade. Os investidores oferecem quase 2 milhões de euros por uma parcela de 24 mil metros quadrados propriedade municipal. Mas ainda estão a negociar as restantes, actualmente nas mãos do BCP. A proposta passou com o voto de qualidade do presidente e muitos reparos da oposição.

A empresa Portanice Investimentos Imobiliários, à qual estará ligado um investidor tunisino, não faz por menos. Prevê investir 65 milhões euros, o mesmo que custo o estádio municipal de Aveiro, e criar 400 postos de trabalho. Projectos idênticos terão sido apresentados em outras localidades, pelo mesmo promotores, mas ainda não viram a luz do dia. O que levou a vereadora Ana Vitória Neves a pediu cautelas. “Dado aquilo que está espelhado na internet. Pode ser infundado, não quer dizer que não seja um investidor válido mas é preciso acautelar”, avisou a vereadora.

A proposta de alienação do terreno municipal foi aprovada com o voto de qualidade de Élio Maia. Os três eleitos do PS e a vereadora independente votaram contra. O vereador Pedro Ferreira, da maioria, esteve ausente.

A parcela em causa tinha sido colocada à venda em hasta pública e ficou deserta. Para João Sousa, do PS, a Câmara negociou mal ao dar um prazo de oito meses para o investidor pagar o que prometeu. “O investimento é favorável e multiplicador mas a forma como o processo está a ser conduzido não beneficia a Câmara”.

Os socialistas também não gostaram de ver o contrato-promessa condicionado ao negócio com BCP, dono da parte restante dos estaleiros. Para Élio Maia, a Câmara não tem nada a perder na tentativa de alienar o terreno. “Antes do licenciamento da obra, que é o acto final, ele tem que proceder ao pagamento integral do terreno e só aí é feito o licenciamento. Estamos a criar condições para facilitar o investimento que nos é caro”, justifica o autarca.

Daqui por oito meses, se não for antes, ver-se-á em que ponto ficou o negócio de um mega investimento turístico para S. Jacinto.


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