Os vereadores eleitos pelo Partido Socialista para a Câmara de Estarreja, Fernando Mendonça e Manuel Pinho Ferreira, optaram pela abstenção na votação das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2012. Dizem que a gestão da autarquia no próximo ano só vai “sobreviver” graças ao negócio da água com a entrada de uma receita extraordinária referente a 2,2 milhões de euros da ultima prestação da parceria com a ADRA.
“Se não fosse esta receita extraordinária o Plano de Investimentos para 2012 ficava seriamente comprometido, obrigando a suspender obras ou recorrer à Banca, aumentando o endividamento”, adianta o PS que critica esta opção por entender que a população está “a pagar mensalmente a factura deste negócio desastroso da Câmara Municipal de Estarreja” que contou com oposição do PS.
Na declaração de voto, os vereadores criticam as verbas transferidas para as juntas acusando a maioria de centralizar a gestão no executivo camarário.
Critica os custos com os contratos a termo ou em regime de tarefa ou avença que, segundo o PS, “representam 20% das remunerações do pessoal em funções, o que consideramos excessivo face à actividade desenvolvida pela Autarquia”.
Lembra que o investimento vai estar concentrado nalgumas obras. “Verifica-se que 60% do investimento total está concentrado nas obras da Escola Básica e Integrada a Sul do Concelho, Escola EB1 Padre Donaciano Abreu Freire, Casa Egas Moniz, Requalificação do Parque Antuã, Pavilhão Multiusos e Eco-Parque”. E admite que espera mais na beneficiação e requalificação das vias e arruamentos municipais que representam 12% do valor total do investimento em infraestruturas, “manifestamente insuficiente para as necessidades reais”.
Para os vereadores socialistas o orçamento é “desequilibrado nas opções assumidas, sem qualquer estratégia, nem perspectiva para o futuro”. |