O juiz deve analisar a contestação do advogado do Vara, esta manhã, antes de continuar a ouvir o perito financeiro da PJ. É a reacção à decisão do Tribunal de Aveiro que aceitou juntar ao processo Face Oculta as novas escutas envolvendo o ex-ministro Armando Vara, que o Ministério Público pretendia ver transcritas e usadas como prova no julgamento. A decisão foi comunicada, esta terça-feira, pelo juiz presidente Raul Cordeiro, durante o início da nona sessão do julgamento, que está a decorrer no Tribunal de Aveiro.
Tiago Rodrigues, advogado de Armando Vara, não se conforma com a decisão do juiz presidente do processo Face Oculta de validar o uso, em julgamento, de duas escutas pedidas pelo MP. São conversas onde o ex-ministro do PS invocado o recurso a José Sócrates para travar a demissão do presidente da CP, o que acaba por surtir efeito.
“Não temos nenhum problema com a junção das escutas mas entendemos que a decisão é errada e que há regras que queremos ver cumpridas. Há discordância. Devo arguir a nulidade e em função da decisão logo veremos o que vamos decidir”, justifica o advogado de Armando Vara.
O MP entende que as escutas servem para provar a capacidade de influência de Armando Vara, que aparece relacionado no Face Oculta com uma alegada conspiração para afastar a administração da REFER, juntamente com outros arguidos.
A audiência desta terça-feira ficou marcada ainda pela presença de um perito da PJ que fez o retrato dos movimentos bancários dos arguidos, onde ressaltam muitas dúvidas quanto a depósitos em dinheiro vivo canalizado pelo empresário Manuel Godinho. As explicações vão prosseguir. |