Cumpriu-se o segundo dia de interrogatório de Paulo Penedos interrompido ainda nas respostas ao juiz presidente. O tribunal mergulhou nos contratos da REN que terão beneficiado o empresário do ramo das sucatas de Ovar, graças a informação privilegiada a que teria acesso junto do seu pai, ex-presidente da eléctrica. Paulo Penedos, só baseado na memória, respondeu,sem grandes discrepâncias em relação aos esclarecimentos já prestados pelo pai.
Uma relação onde imperavam as conversas de assuntos gerais e quando nas escutas saltam temas dos negócios entre a REN e Manuel Godinho, serviam para acompanhar a marcha dos processos. “Aqui não há nenhuma questão estratégica. O desfiar de escutas é um exercício desgastante para quem não tem um papel à frente. Só tenho uma versão dos factos”, dizia Paulo Penedos no final da sessão.
Uma escuta dá a entender, no entanto, que havia algo mais. O ex-presidente da eléctrica José Penedos e o filho acertam a forma de resolver um suposto incumprimento contratual, que estava a prejudicar a empresa O2, controlada por Manuel Godinho, na gestão de resíduos de uma subestação da REN, em Setúbal.
Paulo Penedos diz que agiu como advogado do empresário de Ovar na abordagem directa ao Pai – e garante que foi a única vez. Segundo o MP, a REN acabou por compensar a 02, mas indevidamente. Paulo Penedos refutou qualquer conluio mafioso, nas expressão da pronuncia.
E atribuiu a um terceiro, não envolvido no julgamento, Andrade Lopes, funcionário da REN, a fonte de muita da informação técnica usada nas propostas que permitiram ganhar concursos. |