O vice presidente da SAD do Beira-Mar, indicado pelo clube, está preocupado com a manutenção de penhoras e a falta de soluções para reduzir ou acabar com o passivo do clube, condição colocada para a entrega do capital da SAD ao iraniano Majid Pishyar. Fernando Vinagre confessa alguma frustração pela forma como se têm arrastado os problemas. “Quando se vai para um clube para fazer o melhor e se é confrontado no dia-a-dia com situações jurídicas chegámos a um ponto em que pensaríamos que, de facto, a nova estrutura nos aliviaria deste tipo de problemas. Digo que não estou totalmente frustrado mas estou meio frustrado enquanto isso não ficar resolvido. O tempo é curto desde que foi criada a SAD. As questões estão em cima da mesa e são mais por parte do clube. Estamos a senti-las exactamente como sentíamos anteriormente. As mesmas preocupações constantes. Ele veio cá e deu garantias que resolvia mas são coisas que não se resolvem de um dia para o outro”, declarou o vice indicado pelo Beira-Mar e que, em conjunto com Jaime Machado, tem assento na administração da SAD.
O vice-presidente da SAD admite que a criação da estrutura para o futebol profissional foi pensada para resolver problemas e que mantém esperança na resolução mas admite que o clube não deixa de estudar cenários caso falhe o acordo estabelecido com o investidor. “Ele diz que vem para resolver e nós estamos esperançados”, adianta Fernando Vinagre sem esconder que, no seio do clube, tem sido tema de análise o eventual incumprimento do acordo que diz existir mesmo sem prazos fixados para a liquidação do passivo. “Temos conversado sobre todas essas matérias. Nem quero pensar nisso. As coisas foram pensadas para haver paz e sossego mas também digo que temos conversado sobre esse tipo de situações. Estamos dentro, no clube e na SAD, e não nos sentimos totalmente aliviados”, sublinha o dirigente que esteve 46 anos ao serviço da Associação de Futebol de Aveiro antes de regressar ao dirigismo no Beira-Mar.
Fernando Vinagre em entrevista ao programa “Conversas” preocupado com o futuro do Beira-Mar numa fase em que se acentua a pressão dos credores sobre receitas como a quotização dos sócios. Depoimento que pode ser escutado hoje, às 19h00, na Terra Nova. |