Timor é espaço de oportunidade para as pequenas e médias empresas do distrito de Aveiro e a Associação Industrial deveria fomentar essa presença. A afirmação é feita por Miguel Souto que durante dois anos foi o delegado da agência Lusa em Timor. O jornalista aveirense confessa que ficou rendido à forma de estar dos timorenses pela seriedade e pela humildade. Diz que numa terra de recursos mas com muito para fazer, os empresários aveirenses poderiam ser bem sucedidos. “O que faz falta lá é o que temos aqui. É o pequeno negócio para pequenos mercados mas também podem ser porta para grandes mercados porque está em processo de adesão à ASEAN. Neste momento já tem condições preferenciais com a China. Há aqui muitas empresas que fazem falta lá. E aqui não têm espaço para trabalhar”, adianta Miguel Souto em entrevista ao programa “Conversas”.
O jornalista admitiu estar em fase de readaptação à vida em Aveiro e não escondeu que depois da experiência timorense vai ser mais difícil aceitar a forma como os políticos ou servidores da causa pública se posicionam. “O que notei quando saí daqui é que havia gente muito importante. Estive dois anos em Timor com gente que não achava que era importante e eram. Um deles era Prémio Nobel. Não sei se me vou conseguir readaptar a ter que profissionalmente lidar com gente tão importante. Em Portugal, e concretamente nesta zona, as pessoas que ocupam funções públicas devem rever a importância que se atribuem. Quanto se está em funções públicas para servir a comunidade tem que ser mesmo assim. Claro que a função tem importância mas quanto mais humildes forem, melhor servem”, sublinha Miguel Souto numa entrevista que pode ser ouvida, hoje, às 19h00. |