Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro lamentam a suspensão da Agrovouga e para o PS o assunto deveria ter sido debatido em reunião de Câmara. Eduardo Feio, líder da concelhia socialista, fala mesmo em défice democrático por não existir debate sobre este tema que se reduziu a um comunicado da empresa Aveiro Expo detida na maioria pela Autarquia. “Entendeu o presidente da Câmara ou o presidente da administração da Aveiro Expo não levar o assunto à reunião de Câmara. Isso para o PS é que é uma das situações gravíssimas. Devia ser discutido antes de não se fazer a feira, a tempo e a horas. A justificação dada não colhe”, afirma Eduardo Feio lamentando a falta de informação num dossiê que foi conhecido quando foi comunicada a suspensão e a realização de um certame na área dos lacticínios (Frilac).
O líder da concelhia socialista lamenta a falha e o processo seguido com anuncio de facto consumado em comunicado da empresa detida maioritariamente pela Autarquia. “Esqueceram-se que há uma Câmara. Não consigo conceber que seja de má fé. Não acredito É mesmo défice democrático. Isto era um assunto para discutir em Câmara. Não pode ser comunicado à Câmara por um comunicado da Aveiro Expo em que a Câmara é accionista maioritário. Não tem sentido”, criticou Feio.
Manuel Coimbra, deputado municipal do PSD, concorda que o tema deveria ter merecido debate na reunião de Câmara uma vez que há cortes decididos pela intervenção da Troika que obrigam ao cumprimento de determinadas metas e que responsabilizam as autarquias sob pena de sofrerem penalizações nas transferências do estado. Ainda assim, considera que uma marca com o valor da Feira Agrícola Agrovouga não deveria ser desperdiçada. “É aqui que começa a responsabilidade da autarquia sabendo que a empresa municipal tem a autonomia mas para uma decisão destas poderia e deveria ter sido consultados os restantes vereadores e era assunto que poderia e deveria ter ido à reunião de Câmara”, sublinha Manuel Coimbra.
O deputado mostrou-se defensor da manutenção da marca Agrovouga. “Esta precipitação, o querer cortar para convergir nos desígnios de cortar nas gorduras e que não são gorduras, em muitos casos, fez com que houvesse esta alteração ao que é o nome da Agrovouga e aos moldes da Feira. Tenho pena que não se realize nos moldes em que deveria mesmo que fosse uma coisa mais pequena com a dignidade que deveria ter este logo e esta marca”, adianta Manuel Coimbra.
Filipe Guerra, do PCP, diz que a suspensão da Agrovouga é ofensiva. “A forma como este executivo deixa cair a Agrovouga é ofensivo para nós aveirenses. Deficitário são as más gestões. Uma feira com o património que esta tem nunca é deficitária. É sempre um investimento para o futuro”, sublinha Filipe Guerra em debate na edição deste fim-de-semana do programa “Canal Central”. |