O presidente da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro diz que para além das limitações à pesca nota o desaparecimento de peixe com o trabalho de prospecção de petróleo entre Aveiro e a Nazaré na costa portuguesa. Adelino Palão teme efeitos negativos na actividade dos pescadores para lá do período de prospecção. “Abrange barcos de 3 portos: Aveiro, Figueira e Nazaré. Desde que o barco andou a fazer a pesquisa nunca mais podemos operar. Nem lá, nem o pescado estava na zona. Notámos ausência de pescado. Vamos ver se volta ou demora a voltar e quais as repercussões”, adianta o presidente da APARA.
Palão comentou as negociações com a empresa Mohave. Diz que os 150 mil euros que a empresa petrolífera propõe para compensar as limitações à pesca entre Aveiro e a Figueira não chegam para cobrir os prejuízos. Para além da interdição, numa área extensa entre Aveiro e a Nazaré, os pescadores notam que o peixe foi afugentado desta área criando problemas mesmo depois de concluída a prospecção. “Há uma negociação em curso mas não tenho esperança que dê alguma coisa. A empresa tem um fundo mas que é pequeno. Da maneira que foi feita a pesquisa pode ter afectado esta área e nós não podemos dizer por quanto tempo”, explica Adelino Palão.
O Governo não terá acautelado a questão das indemnizações e os pescadores querem um fundo que compense os prejuízos. Em comunicado enviado no dia 14, o Ministério da Agricultura afirmou que os pescadores da área onde decorreram prospecções de petróleo “podem vir a ser compensados pela empresa” responsável pela operação. “Embora a compensação pelas consequências das interdições não tenham sido acauteladas aquando do licenciamento para o prospecção, em 2007, a empresa poderá ter reservado uma quantia para eventuais compensações”, referia o comunicado.
O presidente da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro diz que os pescadores enfrentam o pior dos últimos 20 anos em particular na pesca da sardinha. Adelino Palão fazia a análise sobre a actividade desenvolvida nos meses de Verão. Conclui que há falta de peixe ou então migração para outros locais. “Muito mau. Péssimo. É o pior dos últimos 20 anos. Vamos procurar as causas. Há casos pontuais, barcos que pescam alguma coisa, e varia de zona para zona mas o ano, no geral, está mau”, refere Adelino Palão. |