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18-08-2011

Equipa da UA concebe ferramenta não-invasiva de diagnóstico da asma alérgica


Uma equipa de investigação das Universidades de Aveiro e Madeira e do Serviço de Pediatria do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, ...

Uma equipa de investigação das Universidades de Aveiro e Madeira e do Serviço de Pediatria do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, estão a trabalhar numa nova abordagem metodológica para caracterizar a asma alérgica em função dos seus padrões metabolómicos e, desta forma, desenvolver novas estratégias para diagnóstico precoce, terapias de monitorização e compreensão das patogenias desta doença crónica, que afecta milhões de pessoas em todo o mundo.

A asma alérgica, um sub-tipo de asma, é um problema de saúde crescente e que afecta todas as faixas etárias. Os agentes alérgicos responsáveis são comuns ao dia-a-dia de qualquer individuo, tais como, os ácaros, o mofo, o pólen, e alimentos ou conservantes de alimentos. Através de um método inovador, os investigadores analisaram os compostos voláteis no ar exalado utilizando a técnica GC/MS, pois defendem que o ar exalado por um paciente é um bom ponto de partida para a investigação, uma vez que a asma alérgica afecta directamente as vias aéreas.

Para identificar os compostos voláteis da asma foram recolhidas amostras de ar de 35 crianças com asma alérgica, das quais 13 com rinite alérgica. Como controlo de comparação, também se examinaram amostras de crianças saudáveis. A Prof. Sílvia Maria da Rocha, da Universidade de Aveiro, explica o processo. «Desenvolvemos técnicas de extracção de compostos voláteis e criámos condições para conseguir recolher, em quantidades que fossem analisáveis, os compostos não vestigiais. Optimizámos vários parâmetros para a recolha do ar exalado como o controlo da variabilidade intra-individual e, ainda, criámos condições para que o ar ambiente não influenciasse a composição do ar exalado».

Durante a pesquisa foi utilizado um método estatístico robusto para tratar os resultados, PLS-DA, que permitiu verificar que são sempre os mesmos compostos, normalmente associados ao stress oxidativo, que estão sempre aumentados nas crianças com asma quando comparados com as crianças controlo.

Os primeiros resultados mostram que não houve diferença estatística entre o ar exalado de amostragem dentro do mesmo dia, bem como entre as semanas de amostragem diferentes. De acordo com a investigadora responsável, pretendeu-se que os resultados fossem fiáveis, controlando as variações, para obter compostos que são marcadores da doença sem influência de factores externos. Segundo a especialista, «a asma é uma doença crónica, e como tal não estamos a actuar na cura, mas na compreensão de vários aspectos relacionados com a doença, para aumentar a qualidade de vida dos asmáticos».

Apesar da população em estudo ser pequena, os investigadores conseguiram já recolher informações fundamentais que representam a base científica para a definição de uma ferramenta rápida e não-invasiva de diagnóstico. A inovação imprimida neste estudo, que analisou todas as variáveis de um ponto de vista mais clínico, possibilitará aprofundar os conhecimentos na área de diagnóstico da doença, seguir os efeitos da sua terapia e as alterações provocadas no organismo, para, num futuro próximo, se poder intervir numa fase precoce do seu diagnóstico e prognóstico.

Com as primeiras conclusões, a equipa de investigação publicou um artigo intitulado «Profiling allergic asthma volatile metabolic patterns using a headspace-solid phase microextraction/gas chromatography based methodology» numa revista de referência internacional na área da cromatografia da Elsevier (Journal of Chromatography A), tendo merecido destaque e comentários positivos na separationsNOW.com da Wiley.

Texto: UA Online

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