O afastamento de dois vereadores eleitos pela coligação PSD-CDS deixou a maioria fragilizada, gerando uma crise política inédita já com repercussões. Fontes dos partidos que suportam a maioria garantem que o último expediente para normalizar o executivo “não está, para já, em cima da mesa” mas dão crédito ao cenário de clarificação eleitoral, através da demissão do presidente, “se o funcionamento da Câmara ficar bloqueado”. Numa declaração enigmática, mas que deixa antever o "esticar de corda", o vice-presidente da Câmara não escondeu desagrado com a manutenção desta nova correlação de forças que contraria, no seu entendimento, a vontade popular, pondo em causa a legitimidade de “quem ganhou as eleições por 6-3” em 2009. “Esta situação não está bem e tem de se ver como vai ser para o futuro”, afirmou Carlos Santos, admitindo que a Câmara ficou confrontada com “uma situação complicada” de resolver. O número dois da lista conjunta PSD-CDS, que tem assumido a confrontação directa com os eleitos despromovidos do executivo, mostrou-se convencido que os votos contra a gestão proposta para o estádio, que foi ´a gota de água´ das divisões insanáveis, “não tem nada a ver com o Beira-Mar”. O episódio, garantiu Carlos Santos, culminou o “extremar de posições” que durava desde há um ano, quando ambos perderam, na sequência de outros desentendimentos, os primeiros pelouros. A primeira reunião de executivo depois da retirada de pelouros a Miguel Fernandes (CDS) e Ana Vitória Neves (independente eleita na lista do PSD), a 7 de Julho, por terem ousado contrariar o líder da edilidade já trouxe uma postura diferente, menos solidária entre os eleitos pela coligação. Os dois vereadores proscritos e os três eleitos do PS ´atiraram por terra´ uma proposta do presidente Élio Maia, independente a cumprir o segundo mandato, para o reconhecimento de especial interesse público um lar de luxo privado para idosos a construir no antigo quartel do parque, impedindo o promotor imobiliário de isenção de 50% das taxas ubanísticas. Os socialistas também votaram contra o aumento da área de construção do hotel geriátrico na freguesia da Glória, mas não seriam, nesta proposta, acompanhados pelos eleitos que ficaram na condição de independentes depois de retirada a confiança política. Reduzida a quatro elementos, a maioria está, assim, refém do outro bloco da vereação que, votando de forma alinhada, pode sempre condicionar a gestão camarária. Miguel Fernandes e Ana Vitória Neves, apesar de pressionados a renunciar, garantem que vão levar o mandato até ao fim. Fonte: NA |