A Vereadora que detém o pelouro da cultura da Câmara de Aveiro admite, em entrevista à Terra Nova, que "a privatização do Teatro Aveirense esteve na agenda política e é um fantasma que paira sobre a autarquia em momentos de crise".

Maria da Luz Nolasco atribui essa responsabilidade "à agenda liberal do vereador do pelouro das finanças".

"Admito que ele também sinta constrangimentos de ordem financeira e algumas pessoas sonham com o investimento de algum magnata para comprar aquilo e transformar o Teatro Aveirense naquilo em que muito bem entender, mas espero que isso seja um flash que aparece de vez em quando e que se apaga", adiantando que "a população local deveria ter vontade e empenhamento e deveriam transformar-se em amigos do Teatro Aveirense, em vez de elogiarem o trabalho das salas de espectáculo vizinhas, deveriam ser assíduos e participarem nas acções desenvolvidas pelo TA", disse, adiantando que "o ovo da galinha da vizinha é sempre melhor que o da minha galinha e não deveria ser assim, as pessoas deveriam aproveitar a programação múltipla e diversa que apresentamos e posso ainda garantir que a Administração do Teatro garantiu já três grandes candidaturas do QREN".

Maria da Luz Nolasco, em entrevista ao programa “Conversas”, revela que Élio Maia tem apoiado a sua oposição, relativamente à entrada de "privados" na gestão do teatro, "tenho sentido esse apoio mas este é um executivo de pensamento muito liberal, a começar pelo meu colega que está com a gestão da economia e finanças, que defende a privatização, algo que eu sempre contrariei a exemplo do Presidente da Câmara, apesar de estar sempre lá fora uma cenoura a ser acenada, porque privatizar o TA, que é um equipamento de âmbito social e de serviço público, seria uma má aposta, seria uma má resposta e os aveirenses reagiriam de uma forma muito negativa", adiantando que "o TA não pode ser concessionado a privados, não pode ser porque isso hipotecaria a memória histórica de um património que foi sempre acarinhado e que faz parte da marca de identidade cultural de uma cidade" e a hipótese da privatização "é um fantasma que anda por ali a pairar e nestas alturas de crise a tentação é maior e politicamente, lá está, porque é que se tenta mexer nesta ferida", questionou Maria da Luz Nolasco.

A entrevista pode ser ouvida, na integra, na Rádio Terra Nova, a partir das 19h00.