A Associação de Produtores de Ovos Moles de Aveiro quer mais protagonismo para o doce conventual nas feiras com representação da Turismo Centro de Portugal. Francisco Silva admite que o novo quadro das regiões de turismo alargou o âmbito das instituições e, talvez por isso, sente que os “ovos-moles” ainda não foram colocados em plano de destaque. Entrevistado no programa “Conversas”, assumiu que espera ver essa posição alterada no futuro. “Penso que com o passar dos tempos o turismo de Portugal terá que ser um agente de promoção deste produto. Às vezes surpreende-me que, numa instituição destas que devia falar de tudo o que de bom se faz na região, os ovos-moles sejam esquecidos, o que me deixa triste. Espero que façam parte no futuro do vocabulário promocional. Isso acontecerá por estamos a falar de uma região brutal”, justifica Francisco Silva crítico do modelo implementado com concentração das regiões de turismo.
Já com 22 produtores a trabalharem de acordo com as normas a certificação de Indicação Geográfica Protegida, a APOMA quer chegar ao universo de 80 produtores que existem na região e que movimentam 6 ou 7 milhões de euros com a produção e venda deste doce conventual. E de 1% nas exportações os produtores querem dar o salto para os 10% logo que esteja desenvolvido um sistema que permita a conservação dos ovos-moles por mais de 15 dias. Espanha e França são alvos prioritários dos produtores. Arma para contornar a crise. “Iremos estar em grandes certames a promover os ovos-moles e a tentar conseguir contactos comerciais e aprofundar a sua capacidade de internacionalização. O grande repto é passar além fronteiras. Temos mercado e capacidade”, refere o responsável da APOMA.
Nesta entrevista elogiou o carácter científico do trabalho de parceiros como a Universidade de Aveiro sobre um produto com tradição histórica. “É um produto que tem conseguido resistir à erosão da história. Tem 500 anos de história. Encerra uma riqueza fantástica. O ovo-mole tem conseguido passar ao lado da crise e estamos cientes de que poderá continuar a passar se conseguirmos levar a cabo aquilo que estamos a fazer que é estudar o produto, estudar melhor as condições de embalagem e conservação para entrar em mercados externos de grande dimensão”, refere Francisco Silva em entrevista ao programa “Conversas”. Para ouvir logo mais às 19h00. |