Leonardo Jardim faz balanço positivo a duas épocas de sucesso no Beira-Mar mas reconhece que a principal falha está na captação de público. Em entrevista à Terra Nova acusou os poderes públicos regionais de não prestarem grande atenção ao fenómeno desportivo. O ex-treinador deu como exemplo passagens por outros clubes na carreira para dizer que enquanto não houver esse envolvimento, o número de adeptos no estádio será residual. “Falo de todos os poderes. Fomos campeões e fomos ali jantar a um restaurante. Fizemos um jantarzinho que parecia o aniversário dos nossos colegas. Estiveram algumas pessoas que nos acompanharam ao longo dos anos e nada mais. Na Camacha ganhei a Taça da Madeira, e não tem nada a ver com isto em termos de dimensão, tive recepção na Câmara, colóquios sobre a vitória, e outro envolvimento apesar do número de pessoas ser reduzido. Em Chaves outro envolvimento. Aqui, foram só campeões nacionais. Falta outro envolvimento para o clube dar o alto qualitativo”, disse o ex-treinador do Beira-Mar que mantém uma expressão que ficou célebre quando chegou a Aveiro para caracterizar a região. “Deixo um clube que, na minha opinião, está mais saudável do que quando entrámos nas várias áreas (financeira e desportiva). Continuo a dizer, como quando cheguei, que isto parece o Alentejo do Norte. Continuo a dizer que não consegui, com mágoa minha, mobilizar Aveiro para estar com o Beira-Mar. Ao contrário do que esperava que depois das dificuldades e do sucesso desportivo e da falta de apoio da região no ano passado, este ano na Primeira Liga tudo iria ser diferente com estímulos de vária ordem da região em relação ao clube mais representativo do distrito. Mas isso não existe. As pessoas ainda estão um pouco afastadas do clube”, admite leonardo Jardim, ex-treinador do Beira-Mar, em entrevista ao programa “Conversas”. Para ouvir esta quarta-feira, às 19h00, numa emissão que ficará disponível em www.terranova.pt . |