O Núcleo de Aveiro da União de Resistentes Antifascistas Portugueses quer homenagear o Aveirense José Neves Amado, antifascista, que esteve preso 15 anos no Campo de Concentração do Tarrafal. A URAP assinalou, ontem, o centenário do nascimento de José Neves Amado, figura ligada à luta pela Liberdade e a Democracia, marinheiro que sofreu, com a prisão, a repressão que se abateu sobre a Revolta dos marinheiros da Armada de 1936. Participando numa das acções de luta mais importantes contra o regime fascista, José Neves Amado, integra assim a galeria daqueles Aveirenses de inegável importância na História da Democracia.
José Neves Amado nasceu em Aveiro a 16 de Janeiro de 1911. Marinheiro, 2º Artilheiro, participa na Revolta dos Marinheiros em 8 de Setembro de 1936, tendo sido preso nessa data recolhendo à 1ª Esquadra. Foi transferido para a Cadeia Penitenciária em 18 de Setembro de 1936. Sendo julgado e condenado pelo Tribunal Militar Especial, foi deportado para Cabo Verde em 18 de Outubro de 1936, e internado no campo de concentração do Tarrafal de 29 de Outubro de 1936 até 13 de Maio de 1951, data da sua transferência para a enfermaria da Cadeia Penitenciária de Lisboa.
Após o 25 de Abril foi reintegrado na Armada, de onde se reformou com o posto de Sargento Ajudante. Agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade em 19 de Maio de 1999. Faleceu em princípios de Maio de 2004.
O Núcleo de Aveiro da URAP quer apresentar aos órgãos autárquicos, responsáveis pela toponímia, a proposta de atribuição a uma importante via da cidade o nome de José Neves Amado. |