Pouco mais de duas dezenas de associados do Beira-Mar elegeram, com apenas uma abstenção, a Comissão Administrativa que vai dirigir o clube até ao acto eleitoral que deverá ocorrer em finais de Janeiro de 2011. António Regala, António Cruz, Fernando Vinagre, João Silva e Anastácio Oliveira formam a lista de cinco elementos que dá continuidade ao trabalho desenvolvido pela anterior direcção, liderada por Mário Costa, evitando qualquer “conflito” que pudesse resultar dos estatutos do clube e da lei geral. Depois da saída de Mário Costa há juristas que defendem a falta de legitimidade para se manter a direcção de funções. Admitem que a “queda” do presidente significa “queda” da direcção e para evitar qualquer obstáculo jurídico ao normal funcionamento da instituição a AG optou pela eleição de uma CA de transição.
António Regala lembra que existia a promessa de manter a gestão até eleições e é isso que vai acontecer depois de um último mês em que surgiram negociações com ex-dirigentes para levantamento de penhoras. “Isso tudo adiou as eleições. Depois havia a época de Natal e havia a questão de restabelecer a coerência legal que obrigava a que houvesse CA. Como nos comprometemos a aguentar o barco até às eleições aguentamos o barco”, justificava o dirigente.
No final da sessão em que foi eleito presidente da Comissão Administrativa do Beira-Mar não deixou sinais claros sobre a intenção de formar uma lista para concorrer a eleições. “Falta muita coisa. Nem sei se falta vontade a todos, à maioria deles ou à minoria. O clube está mais governável mas as dificuldades mantêm-se, com as importâncias dispendidas, superiores ao que estava orçamentado, temos a certeza que vamos sentir daqui a dois ou três meses dificuldades financeiras”, adianta o dirigente deixando porta aberta à transferência de jogadores para angariar receitas extraordinárias que garantam dinheiro até final da temporada.
Da ordem de trabalhos para esta noite constava a votação do Relatório e Contas referente à época 2009/2010 mas o debate foi adiado para o próximo dia 28. Também aqui se fez sentir a questão da demissão do presidente. O Revisor Oficial de Contas entendia que a direcção não tinha legitimidade para o normal desenrolar do processo e sem essa validação tudo foi atrasado. Agora, com a eleição da CA confirmada, o documento estará disponível para consulta e será votado no dia 28. |